Na segunda-feira, 14 de abril, a Anvisa realizou uma reunião com representantes da indústria farmacêutica para discutir os medicamentos análogos ao GLP-1 — como Ozempic e Wegovy — que têm sido amplamente utilizados fora das indicações originais, especialmente para fins estéticos. O diretor-presidente substituto da agência, Rômison Rodrigues Mota, recebeu representantes de três grandes farmacêuticas (INTERFARMA, Novo Nordisk e Eli Lilly) para discutir o tema.
O encontro ocorreu dois dias antes da reunião da Diretoria Colegiada (Dicol), marcada para definir se esses medicamentos passarão a ter venda condicionada à retenção de receita médica. Na última Dicol, o tema foi retirado da pauta após o recebimento de novas informações em reuniões com fabricantes.
Participaram representantes de grandes fabricantes e entidades do setor, em um momento em que crescem as discussões sobre o uso responsável, o acesso controlado e os impactos do consumo indiscriminado.
A expectativa é que a decisão da Anvisa considere tanto os aspectos regulatórios quanto os desafios de saúde pública relacionados à crescente demanda por esses medicamentos.
Novos Medicamentos no Mercado Brasileiro:
Mounjaro (tirzepatida): Desenvolvido pela Eli Lilly, o Mounjaro, aprovado pela Anvisa em 2023 para o tratamento do diabetes tipo 2, tem lançamento previsto no Brasil para 7 de junho de 2025. O preço máximo ao consumidor será de R$ 3.627,82 por caneta com seis doses, suficiente para um mês de tratamento. Atualmente, o medicamento só pode ser adquirido no Brasil via importação, com custo estimado entre R$ 40 mil e R$ 55 mil para seis meses de tratamento.
Wegovy (semaglutida): Produzido pela Novo Nordisk, o Wegovy é uma versão mais potente do GLP-1, desenvolvida especificamente para tratar obesidade. Nos Estados Unidos, a empresa anunciou a redução do preço do Wegovy para US$ 499 por mês, vendendo diretamente ao consumidor por meio da plataforma NovoCare. No Brasil, o preço e a data de lançamento ainda não foram divulgados.
A chegada desses medicamentos ao mercado brasileiro ocorre em um contexto de crescente demanda e discussões sobre o uso responsável, acesso controlado e impactos do consumo indiscriminado.