O relógio marcava 13h quando o caos tomou conta do Presídio de Itajaí (Canhanduba). Cinco detentos da cela 10, na galeria C, renderam um agente penitenciário, o fizeram refém com armas improvisadas e passaram a exigir melhorias na unidade.
O ambiente era hostil. Os presos estavam exaltados, ameaçavam matar o refém e exigiam a presença do Judiciário e da Polícia Penal. O tempo corria contra as autoridades, e qualquer erro poderia custar uma vida.
A resposta veio rápido. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi acionado.
A tática que mudou tudo
Ao chegarem, os negociadores do Bope iniciaram um trabalho essencial: baixar a tensão e evitar um desfecho violento.
A estratégia foi clara:
🔹 Mostrar a realidade da situação: os detentos estavam cercados e sem chance de fuga.
🔹 Deixar claro que o uso da força era iminente: se o refém não fosse solto, a resposta seria dura.
🔹 Fazer os presos entenderem que resistir só pioraria sua situação: se entregarem era a melhor saída.
“Quando perceberam que estavam sem saída e que manter o refém não os ajudaria, começaram a ceder”, explicou o capitão Bruno Alves de Morais, especialista em negociações de crise.
Foram oito horas de tensão, até que, às 21h, os detentos libertaram o refém sem ferimentos graves. Nenhum disparo foi feito.
Vitória da negociação sobre a violência
O agente recebeu atendimento médico e psicológico, e a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuri) abriu um procedimento interno para investigar o caso.
O Bope provou, mais uma vez, que inteligência, estratégia e paciência podem evitar tragédias. Foram 8 horas de tensão, mas o final foi a melhor vitória possível: vidas preservadas.