A recente decisão do governo federal de zerar a alíquota de importação da sardinha em conserva, anteriormente fixada em 32%, tem gerado apreensão na indústria pesqueira de Itajaí, Santa Catarina. Conhecida como a Capital Nacional da Pesca, a cidade abriga empresas de grande porte, como a Nauterra, que agora enfrentam um cenário incerto com potenciais demissões em massa.
Eduardo Lobo, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), expressou preocupação com a medida, afirmando que ela pode “quebrar a indústria nacional” de conservas de sardinha. Segundo Lobo, a decisão pode resultar na perda de aproximadamente 5 mil empregos no setor nos próximos 90 dias, afetando marcas tradicionais e a economia de municípios dependentes dessa atividade.  
Em Itajaí, a Nauterra, empresa de destaque no setor, prevê impactos significativos. Representantes da companhia alertam que será mais econômico importar sardinha do que produzir internamente, colocando em risco milhares de postos de trabalho. A empresa já estuda medidas para mitigar os efeitos, mas a preocupação com o futuro dos funcionários e da economia local é evidente.
O prefeito de Itajaí, Robison Coelho, manifestou-se nas redes sociais, criticando a decisão federal e destacando o potencial devastador para a indústria local. Ele enfatizou a necessidade de ações para proteger os empregos e a economia da região.
Enquanto o governo federal argumenta que a redução do imposto visa conter a alta dos preços dos alimentos, especialistas questionam a eficácia da medida. Há preocupações de que a iniciativa possa não resultar em queda significativa nos preços ao consumidor e, simultaneamente, prejudicar a indústria nacional.  
Diante desse cenário, líderes empresariais e políticos de Itajaí buscam diálogo com o governo federal para reavaliar a medida e encontrar soluções que equilibrem a necessidade de controlar a inflação dos alimentos sem comprometer a indústria nacional e os empregos locais.