Por Vitor Crestani, CEO e cofundador da Cota Real
O mercado imobiliário brasileiro está passando por um momento de intensa transformação. A crescente urbanização e a alta demanda por imóveis de alto padrão têm impulsionado a valorização dos terrenos nobres, tornando-os cada vez mais escassos e valiosos. Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil, mas sua intensidade por aqui tem chamado a atenção de investidores e especialistas.Já em nossa terra, essa realidade é encontrada especialmente em cidades como Balneário Camboriú, Itajaí e Florianópolis, onde o metro quadrado teve uma valorização impressionante nos últimos anos.
Entre 2019 e 2024, por exemplo, Itajaí registrou um aumento superior a 91% no valor do metro quadrado, impulsionado pela alta demanda e pela escassez de terrenos disponíveis. A lógica por trás desse movimento é semelhante para qualquer outro recurso sob a lei da oferta e demanda: terrenos bem localizados são um recurso finito. À medida que as cidades crescem, a disputa por essas áreas se intensifica, resultando em uma valorização contínua e expressiva.
Alguns fatores são cruciais para entender a valorização de um terreno, sendo a localização o mais relevante. Áreas próximas a centros comerciais, hospitais, escolas e transporte público costumeiramente se tornam mais valorizadas. Além disso, alguns elementos específicos elevam ainda mais o preço do metro quadrado, como a vista para o mar e áreas verdes, locais com vias de fácil acesso a serviços de alto padrão e terrenos que permitem a construção de empreendimentos de grande porte que podem ser comercializados em várias unidades comerciais e/ou residenciais.
Como citada anteriormente, a lei da oferta e da demanda mostra que o preço de um produto ou serviço sobe quando ele se torna escasso e a procura se mantém alta. Dessa forma, é possível entender porque o setor imobiliário, especialmente o dedicado ao alto padrão, atrai cada vez mais investidores. A valorização dos terrenos nobres, que pode girar entre 15% e 20% ao ano, supera em muito os investimentos tradicionais de renda fixa e até de renda variável em alguns casos.
Nessa corrida para capturar lucros atrativos, uma estratégia vem ganhando destaque: a permuta imobiliária. Ao invés de simplesmente vender um terreno, investidores negociam diretamente com incorporadoras e recebem unidades prontas, que podem ser revendidas com margens muito superiores. Esse modelo permite multiplicar o capital investido em até cinco vezes em um período de dois a três anos, tornando-se uma das formas mais eficazes de surfar na onda da valorização.
Entretanto, apesar das oportunidades Brasil afora, o crescimento acelerado do mercado imobiliário já apresenta desafios. Algumas questões que precisam ser observadas são restrições de zoneamento e regulamentações urbanísticas e a falta de infraestrutura. Esses fatores indicam que, além de focar nos terrenos nobres, os investidores devem estar atentos a novas áreas com potencial de crescimento imobiliário nos próximos anos. O planejamento urbano das cidades também será fundamental para garantir um desenvolvimento sustentável e equilibrado para o mercado e a população.
Em resumo, a escassez de terrenos nobres está redefinindo o mercado imobiliário brasileiro e promete continuar impulsionando a valorização dos imóveis nos próximos anos. Para os investidores, este é um momento estratégico para multiplicação de capital, principalmente através da aquisição de terrenos bem localizados e do uso da permuta imobiliária como ferramenta de alavancagem financeira. O investidor que compreender a dinâmica da escassez e souber identificar oportunidades em regiões estratégicas terá um diferencial competitivo importante. Combinando localização privilegiada, potencial construtivo e um planejamento urbano eficiente, os imóveis continuarão sendo um dos ativos mais seguros e rentáveis do Brasil.