Fernanda Torres foi indicada ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Atriz por sua atuação em "Ainda Estou Aqui", anúncio feito nesta quinta-feira (23). A obra original do Globoplay também figura entre os indicados a Melhor Filme Internacional e, de forma inédita para o cinema brasileiro, conseguiu uma vaga na categoria de Melhor Filme.
A cerimônia do Oscar 2025 está marcada para o dia 2 de março, em Los Angeles, com apresentação de Conan O'Brien.
A atriz brasileira disputa o prêmio com Mikey Madison ("Anora"), Demi Moore ("A Substância"), Karla Sofía Gascón ("Emilia Pérez") e Cynthia Erivo ("Wicked").
Esta indicação acontece 26 anos após sua mãe, Fernanda Montenegro, ter sido indicada ao mesmo prêmio por "Central do Brasil" (1998), também dirigido por Walter Salles. Foi a última vez que o Brasil teve representantes nas categorias de atuação.
"Eu só não quero que as pessoas pensem que, se o prêmio não vier, isso significa que o filme perdeu", afirmou Fernanda Torres ao portal G1 na época do lançamento do longa, em novembro.
Para a atriz, embora as premiações ajudem a popularizar a obra entre o público brasileiro – e mesmo que alguns vejam nisso uma oportunidade de corrigir a "injustiça" da derrota de sua mãe em 1999 –, o impacto do filme não depende de uma estatueta.
"Para isso, o prêmio não é necessário. Isso já está acontecendo. Pessoas que normalmente não falam sobre cinema – porque o Brasil tem uma relação de amor e ódio com seu próprio cinema, né? Tem momentos de paixão profunda e outros de rejeição. Eu já percebo isso com o cara da esquina. Ele sabe do filme, entende?", comentou.
A indicação de Fernanda Torres foi fortalecida por sua vitória no Globo de Ouro 2025 na categoria de Melhor Atriz em Drama. Curiosamente, ela quase não integrou o elenco do filme, já que a primeira escolha do diretor para o papel foi Mariana Lima.
O filme é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e retrata a transformação da mãe do escritor – uma dona de casa dos anos 1970 e mãe de cinco filhos – em uma das mais importantes ativistas de Direitos Humanos no Brasil. A história aborda sua luta após o assassinato do marido, o ex-deputado Rubens Paiva, pelo regime militar.