O MDB catarinense enfrenta uma disputa interna sobre a participação no governo Jorginho Mello (PL). Em reunião remota com deputados estaduais e federais, a legenda mostrou-se dividida ao discutir a proposta do governador de comandar as pastas da Agricultura e Meio Ambiente. Apesar da tentativa de consenso, a decisão foi adiada para fevereiro, deixando o futuro do partido no governo em aberto.
Placar apertado e indecisão estratégica
A votação entre os parlamentares revelou o impasse: quatro votos a favor da aliança e quatro contra. Deputados como Jerry Comper, Emerson Stein e Fernando Krelling defenderam a permanência no governo, enquanto Mauro de Nadal, Rafael Pezenti e Valdir Cobalchini argumentaram pela saída. O voto de desempate caberia ao presidente estadual do MDB, Carlos Chiodini, que optou por postergar a decisão para o retorno do ano legislativo.
A ausência de lideranças importantes, como a senadora Ivete da Silveira e o deputado estadual Antídio Lunelli, reforçou a indefinição. Parte dos membros acredita que o resultado sinaliza uma inclinação para o desembarque do partido do governo, enquanto outros defendem mais tempo para avaliar o cenário político.
Ofertas e negociações de Jorginho
Na tentativa de manter o MDB na base, Jorginho Mello ampliou a proposta inicial. Além da Secretaria de Agricultura, agora acompanhada da Epagri e Cidasc, o governador ofereceu ao partido o comando da Fesporte. Nessa configuração, Chiodini assumiria a Agricultura, Emerson Stein ficaria com Meio Ambiente, e Fernando Krelling indicaria o presidente da Fesporte. Mesmo com a oferta, a decisão final dependerá da reunião presencial da bancada em fevereiro.
Cenário político e pressões internas
A divisão no MDB reflete as tensões políticas regionais. Enquanto uma ala do partido prefere aguardar a evolução do governo Jorginho e o posicionamento do PSD de João Rodrigues, outra defende um alinhamento estratégico para ampliar o espaço político no estado.
Além disso, a postura cautelosa de Chiodini está atrelada às negociações em Brasília. Cotado para ocupar um posto na mesa diretora da Câmara dos Deputados ou a relatoria do Orçamento, Chiodini pode declinar de qualquer cargo no governo estadual caso avance nas articulações federais.
Próximos passos e desafios
Com a indefinição, o MDB se mantém na base aliada, mas o futuro da relação com o governo Jorginho dependerá das próximas reuniões. Até lá, o partido tenta equilibrar interesses estaduais e federais enquanto avalia os riscos e benefícios de permanecer na gestão estadual. A decisão final promete definir os rumos do partido e sua relevância no cenário político catarinense.