O lançamento do livro infantil “Gilbiscleuda” (Editora Peirópolis) está marcado para o dia 22 de novembro, às 9h, no Sesc Balneário Camboriú. A obra é assinada por Everson Bertucci e Juão Vaz, mesmos autores dos premiados “Mesma Nova História”, “A Senhora da Casa Azul”, e o recém-lançado “Eugênio”. A ação ainda contempla a visita do autor em três unidades escolares para conversa com os estudantes e distribuição gratuita de livros. O patrocínio é da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) de Balneário Camboriú.

 

A trama traz uma personagem muito diferente, tão singular como o seu nome. Trata-se de uma menina palhaça, mas não é uma palhaça de circo, como poderíamos imaginar. Gilbiscleuda não está a serviço do humor ou do picadeiro, ou de qualquer mecanismo circense. Não há ninguém como ela, pois é palhaça de nascença. Ela nasce com nariz vermelho, maquiagem carregada, sapatos gigantes, roupas largas. Mas no caso dela, ao contrário de um palhaço de circo, não há como tirar o nariz vermelho, a maquiagem, os sapatos ou a roupa quando o espetáculo acaba. Gilbiscleuda é palhaça por natureza.

 

E por ter nascido tão diferente, a sociedade não sabe o que fazer com ela. Gilbiscleuda é única no mundo. Ao mesmo tempo, muitos podem se sentir representados por ela. Afinal, muitas pessoas são diferentes e podem não se encaixar nos padrões, seja pelo gênero, pela sexualidade, pela etnia, por algum tipo de deficiência, por padrões de beleza, por estilo, enfim, por ser diferente. E o que a sociedade faz com pessoas assim tão diferentes, tão fora do padrão?

 

Geralmente, o que se faz é colocar pessoas assim dentro de “caixinhas”, segregando-as, escondendo-as, tirando-as de circulação. Seja para que não chamem atenção ou para que não tirem os ditos “normais” do seu lugar de conforto. É a discriminação. E esse preconceito faz com que muitas dessas pessoas, que nasceram fora do padrão, muitas vezes acabem por se anular, se escondendo dentro dessas “caixinhas”. Seja para evitar conflito ou para se proteger de possíveis ataques contra sua existência.

 

E é justamente isso que acontece com Gilbiscleuda. Quando fica evidente que ela não está dentro dos possíveis papéis sociais esperados, detecta-se um problema. Quando fica claro que essa palhaça não veio ao mundo para fazer os outros rirem ou se divertirem num palco, ela se torna inoportuna. E por não saber lidar com um ser único, a sociedade então tenta tirá-la de circulação, pois não sabe como lidar com alguém assim. Então, o melhor é escondê-la. E assim, começa uma saga para colocar Gilbiscleuda em uma “caixinha”. Será que vão conseguir?

 

Formação 

Serão ofertadas 50 vagas direcionadas a professoras (es) da rede pública. O autor fará a apresentação do livro e sobre como cria suas obras a partir do cotidiano, desde a concepção do texto, passando pela composição das ilustrações, até o envio para a gráfica. Ao conhecer melhor os processos de produção de uma obra literária, os profissionais envolvidos na formação de leitores podem aprofundar a obra com seus alunos e alunas. 300 exemplares serão entregues à Secretaria de Educação, que deverá distribuí-los para as Escolas Municipais de Balneário Camboriú. Os 50 participantes também receberão um exemplar do livro gratuitamente. As vagas serão preenchidas pela Secretaria de Educação por meio de convocação.

 

Distribuição

Além das ações de lançamento para as crianças e da formação para professoras (es), o autor fará a distribuição dos exemplares gratuitamente à comunidade. Também receberão exemplares da obra três unidades escolares do município, a Biblioteca do Sesc Balneário Camboriú, Projeto Ônibus Conta pra Mim, Casa das Anas, e os participantes do lançamento e da oficina literária, entre outros. Ao todo serão 1.000 livros patrocinados pela LIC (Lei de Incentivo à Cultura) de Balneário Camboriú. O público em geral poderá ter acesso à obra (mediante empréstimo) na Biblioteca Pública Municipal Machado de Assis e no Sesc.

 

Sobre o autor

Everson Bertucci é escritor e Professor de Arte. É autor do livro “Mesma Nova História”, “A Senhora da Casa Azul” e “Eugênio”. “Mesma Nova História” ficou entre os 5 finalistas do Prêmio Jabuti 2022, entrou para a lista dos 30 melhores livros de literatura infantil da Revista Crescer, entre outras conquistas. Tem três prêmios no currículo: Prêmio Cátedra Unesco de Leitura da PUC-Rio (2024); Prêmio Literário Sesc Criança SC (2023); e o Prêmio Alfredo Fernandes, da cidade de Manaus (2021); Foi finalista do Prêmio Jabuti 2022 e finalista do Prêmio João-de-Barro de Literatura para Crianças e Jovens, de Belo Horizonte (2022).

 

 

O objetivo da formação é apresentar a obra, desde a elaboração do texto, passando pela criação das imagens e os processos de edição abordando a temática do livro e as possíveis abordagens que as professoras (es) poderão fazer com seus alunos e alunas, sendo assim multiplicadores em suas unidades escolares, para que o livro encontre seu público-alvo: a criança.

Gratuito