Mais de 22 mil pessoas já receberam novos órgãos, tecidos ou células durante os 25 anos de atuação da Central Estadual de Transplantes de Santa Catarina, a SC Transplantes. Um dos estados pioneiros na regulamentação de doação e transplantes no país, possui um sistema 100% regulado e baseado em critérios técnicos. Vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES), o serviço público de doação e transplantes construiu uma história de trabalho e conquistas que orgulham Santa Catarina e proporciona uma oportunidade de recomeçar, com qualidade de vida, à população do Estado.
Thiago Regis, de 44 anos, é uma dessas pessoas que ganharam a chance de viver. Em 2014, após exames de rotina, descobriu uma série de alterações e foi detectada uma nefropatia grave que levou a um transplante de rim, em 31 de julho de 2023, no Hospital Santa Isabel, em Blumenau. O transplante mudou a vida do empresário, que segue fazendo acompanhamento no hospital.
A solidariedade da população catarinense é fundamental nesse processo. A não autorização das famílias no estado também é uma das menores, com 33%, enquanto que a média nacional está em 45%.
História de conquistas
A SC Transplantes foi criada pelo Decreto Estadual nº 553/1999 e começou a atuar em 27 de outubro do mesmo ano, quando credenciada pelo Ministério da Saúde. O serviço coordena as atividades de transplante no Estado, gerenciando as listas únicas de receptores e os processos de doação e distribuição de órgãos e tecidos, além de formular políticas de transplantes para SC.
Anos se passaram e a equipe tomou conhecimento do modelo hispânico, o melhor do mundo nos últimos 30 anos. “Fomos para Valência aprender sobre o modelo espanhol em 2007. Uma a uma das recomendações feitas foram cumpridas. Até que, em 2013, iniciamos a atividade de coordenação de transplantes, algo inédito em Santa Catarina, que trouxemos da Espanha. Baseado na presença de médicos e enfermeiros em cada uma das unidades hospitalares, buscando os potenciais doadores e desencadeando todo o processo de doação de transplantes e, a partir daí, os resultados foram aumentando. Nos últimos 19 anos, por 14, nós fomos líderes isolados em doação de órgãos para transplantes no Brasil e, nos outros cinco, fomos o segundo melhor Estado da federação, uma liderança absoluta. O modelo espanhol não foi copiado, foi adaptado para Santa Catarina e encaixou perfeitamente”, explica Dr. Joel.
A SC Transplantes é um grande eixo de trabalho para todo o sistema. Cada paciente em morte encefálica ou com suspeita é notificado e comunicado à divisão técnica da Central, que possui profissionais 24 horas.
Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom