Nada de federalizar o Porto de Itajaí
No final deste ano, expira o prazo da Autoridade Portuária de Itajaí sob controle da Administração Municipal. É nesse momento que o Governo Federal terá que decidir sobre a prorrogação da delegação ou se, eventualmente, as conversas que correm pelos bastidores poderão se materializar. No sentido de federalização do Porto de Itajaí.
Evidentemente isso vai provocar uma severa reação. Não apenas do poder público municipal, da Prefeitura, mas também da classe empresarial e dos próprios trabalhadores, dos portuários.
Simplesmente porque ninguém deseja esse desfecho. Ainda mais que agora a Seara, empresa tipicamente e genuinamente catarinense, comprada pela JBS, foi selecionada para tocar o porto nas operações de contêineres por um ano e meio.
Prorrogação
Logo, a reivindicação é óbvia. Estender por mais um ano e meio a Administração Portuária, a Delegação Municipal, para que então lá à frente, coincidindo com o vencimento do contrato da Seara, se possa fazer um contrato a longo prazo, de 35 anos, para que a iniciativa privada, nas operações, possa fazer os investimentos que o porto requer, que é justamente na casa dos RS 3 bilhões.
Fechamento
É bom lembrar que o porto esteve fechado por pouco mais de um ano, quase um ano e meio, lá no apagar das luzes do governo Bolsonaro, até meados desse ano.
Conexão
O governo Lula foi responsável pela reativação do terminal. E agora terá que se posicionar com relação ao que será feito daqui para frente. Vale lembrar que o ex-deputado e ex-candidato ao governo, Gelson Merisio, é conselheiro da JBS.
Troco
Claro que a chegada da Seara pode ter sido também uma retribuição, considerando que ele não só apoiou a eleição de Lula da Silva em 2022, como ajudou na articulação que levou Décio Lima ao segundo turno na disputa pelo governo do Estado.
Senado
Agora, tanto Esperidião Amin quanto Beto Martins, que está no exercício do mandato de Ivete Appel da Silveira, ambos no Senado, estão gestionando no sentido de que essa prorrogação da delegação venha a ocorrer.
De olho
Inclusive, o prefeito eleito, Robison Coelho, e o próprio governador, também gestionam nessa direção junto ao próprio Fórum Parlamentar Catarinense, respaldado pela Associação Comercial e Industrial de Itajaí. E, também, pelo Sindicato dos Portuários.
Pedigree
Beto Martins, registre-se, até pouco tempo atrás ocupava a secretaria de Portos e Aeroportos, e tinha como adjunto o prefeito eleito de Itajaí, Robison Coelho. O eleito, aliás, surgiu para atividade profissional e depois empresarial a partir do Porto Itajaí. Setor que o senador Beto Martins conhece muito bem.
Epicentro
Itajaí é a principal economia de Santa Catarina, rivalizando com o maior município, Joinville. O encaminhamento adequado para o porto não é importante apenas para Itajaí e região. É importante para Santa Catarina e para o Brasil, porque o Porto Itajaí é o segundo maior porto do Brasil, ficando logo atrás do Porto de Santos.