O Tribunal de Justiça de Pernambuco decretou, nesta segunda-feira (23), a prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima. Ele está sendo investigado por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro, investigado pela Operação Integração, a mesma que resultou na prisão da influenciadora Deolane Bezerra. Além de Gusttavo Lima, o empresário Bóris Maciel Padilha também teve sua prisão decretada.
Embora a decisão esteja sob sigilo judicial, o Diário de Pernambuco teve acesso às informações. A juíza Andrea Calado da Cruz, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, atendeu ao pedido da Polícia Civil do estado para a prisão do cantor.
"É necessário destacar que Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro de Gusttavo Lima], ao oferecer abrigo a foragidos, demonstra uma preocupante desconsideração pela Justiça. Sua estreita ligação financeira com essas pessoas, incluindo transações suspeitas, levanta sérias dúvidas sobre sua possível participação em atividades ilícitas. A conexão de sua empresa com esquemas de lavagem de dinheiro sugere um envolvimento que não pode ser ignorado", escreveu a juíza.
No início do mês, o cantor viajou para a Grécia na companhia de dois investigados. Segundo a magistrada, no retorno, o avião de Gusttavo teria deixado ambos no exterior.
"Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Lima e o casal de investigados, seguindo a rota Goiânia – Atenas – Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que indica que José André e Aislla podem ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha. Esses fatos aumentam a gravidade da situação e ressaltam a necessidade de uma investigação aprofundada, mostrando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete o sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de criminalidade grave", consta em parte da decisão.
Prisão de Deolane Bezerra na mesma operação
No dia 4 de setembro, Deolane Bezerra e sua mãe, Solange, foram presas preventivamente pela Polícia Civil no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, durante a operação que combate crimes de lavagem de dinheiro e jogos ilegais, chamada de "Integração". Em uma carta escrita à mão e publicada em seu Instagram, Deolane alegou inocência, afirmando que estava sendo vítima de uma "grande injustiça".
Cinco dias depois, em 9 de setembro, a Justiça concedeu a ela o direito à prisão domiciliar, sob a condição de seguir medidas cautelares, como: permanecer em casa, inclusive nos fins de semana e feriados; usar tornozeleira eletrônica; não entrar em contato com outros investigados; e não se manifestar publicamente por meio de redes sociais, imprensa ou outros meios de comunicação.
No entanto, ao ser liberada, Deolane encontrou uma multidão na saída da penitenciária e aproveitou para falar com a imprensa e os fãs presentes. Simultaneamente, ela publicou uma "carta aberta" em seu Instagram, violando as restrições impostas pela Justiça.
Na terça-feira (10), a Justiça de Pernambuco revogou sua prisão domiciliar. Desta vez, foi determinado que Deolane Bezerra fosse transferida para uma unidade prisional no Agreste pernambucano, a cerca de 280 quilômetros do Recife. Segundo o TJPE, a medida visava evitar aglomerações, como a ocorrida na Colônia Penal Feminina do Recife, e mantê-la "afastada da influência direta de centros urbanos".