Texto: Prisco Paraiso 
 

Pelo visto, o Ipec, ex-Ibope, está tomando jeito depois de ter quebrado a cara no primeiro turno em Santa Catarina.
Agora, resolveram, ao que parece, acertar a mão. Fazem todo o sentido os números da pesquisa liberada na terça-feira em Santa Catarina. Tanto na corrida eleitoral para o governo quanto para a presidência: 69% a 31% para Jorginho Mello contra Décio Lima, e 70% a 30% em favor de Jair Bolsonaro entre os catarinenses.
A verticalização estabeleceu-se de vez e nem poderia ser diferente considerando-se a polarização nacional e os alinhamentos de Jorginho com o atual presidente e de Décio com o líder esquerdista. O pleito local foi federalizado.
Vale lembrar que na eleição passada, Bolsonaro fez 75,8% dos votos estaduais. Fernando Haddad, o poste petista, não alcançou 25% dos sufrágios.
Ainda há margem para alguma mudança favorecendo o presidente da República no âmbito provinciano.

Calibrada

Em relação à disputa entre Jorginho e Décio, essa é a realidade, um pouco mais pra cá, um tanto mais pra lá, mas não deve mudar muito.

Ao gosto do freguês

Ocorre que no primeiro turno, o Ipec, além de ter ido buscar abrigo no muro, colocando cinco candidatos com chances de chegar ao segundo turno, quando já se sabia que o candidato do PL já havia descolado de todos e que a segunda vaga seria disputada entre Décio Lima e o governador Moisés da Silva, a empresa de pesquisa derrapou feio, muito feio. Foi na antevéspera do pleito inclusive.

Encolhimento

Fora isso, ingressando no plano nacional, o que mais se tem são pesquisas. Aos borbotões, todos os dias. Pelo visto, no entanto, a maioria das empresas resolveu puxar o freio de arrumação.

No bolso
Não só porque a imagem desse segmento está na lona mas principalmente porque é forte a movimentação para aprovar o quanto antes o projeto que pune duramente as manipulações descaradas que temos acompanhado há tanto tempo neste país. Com multas pesadas e até mesmo penalização criminal aos envolvidos.

Manipuladores

Não tem erro, não. É manipulação descarada . Alguns “institutos” davam o ex-presidente com mais de 20 pontos percentuais sobre Jair Bolsonaro; outros apontavam vantagens de 14%, 12% e quando se abriram as urnas, o petista ficou com pouco mais de 5% dos sufrágios a mais do que Bolsonaro!

Voto a voto

A realidade é de uma eleição muito parelha, com tendência de crescimento do presidente e encolhimento do ex. Não por acaso a censura foi ampliada e parece que vai se estabelecendo definitivamente com a cumplicidade, vejam só, de parte da mídia velhaca, sorrateira, manipuladora e capitalista deste país; derrubaram espaços presidenciais no rádio e na TV e estão proibindo inclusive a campanha de reeleição de tratar de fatos verídicos e recentes como a vergonhosa posição da bancada petista no Congresso, que votou contra o Auxílio Brasil.

Água pelo pescoço

Bateu o desespero na organização que comandou totalmente o país por décadas e que viu uma perna importante de seu projeto absolutista de poder ser quebrada com a ascensão de Bolsonaro.