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25/11/2019 | 11:10

André Pinheiro lança livro no 6º Sarau Sardinha Literária e homenageia Paulo Leminski

A 6ª edição do Sarau Sardinha Literária, nesta segunda, 25/11, terá lançamento do livro Livro “Num copo de blues bebo poesia”, do jornalista, professor e poeta, André Pinheiro. Paulo Leminski, fonte de inspiração do autor, será o escritor homenageado da noite. E a música fica sob o comando de Rafaelo de Góes. O evento acontece a partir das 20 horas no Sardinhas Bar e Bistrô. A entrada é franca e o microfone aberto ao público.

 Na Galeria César da Hora o público pode visitar a Exposição "Olhos de Sophie", do artista visual Ademar Will.  Durante a semana, no Palco Arnou De Melo, muita música, a partir das 20h30mim, com DJ DECO - Groove Aquilo (NOITE DO VINIL - Quinta - 28/11); MARIANDUO - Maria Eduarda Dos Santos – voz, e Leonardo Novak – violão (MPB – Sexta - 29/11); e DIDI MAÇANEIRO TRIO (HOMENAGEM AO DIA NACIONAL DO SAMBA – Sábado - 30/11), e o couvert artístico é R$ 10,00.

Ainda na sexta (29) acontece o tradicional Nhoque da Sorte da Chef Fátima Vanzuita, a partir das 20 horas, a R$ 25,00 o prato. O espaço gastronômico e cultural SARDINHAS Bar e Bistro fica na Av. Min. Victor Konder, 84 - Beira Rio - Centro – Itajaí, e abre de segunda a sábado, das 18 às 24 horas.

 

Livro registra duas décadas de poesia visceral

“Quem passa a vida / sem amor, sem poesia / não vive / morre um pouco / a cada dia”. Os versos deste poema, intitulado “Agonia”, resumem a filosofia de vida de André Pinheiro.  O poeta, que escreveu estes versos no ano 2000, lança agora seu primeiro livro individual, que celebra mais de 20 anos de produção poética.

 “Num copo de blues bebo poesia” reúne 46 poemas. Alguns deles já conhecidos, mas a maioria ainda inéditos. “São versos que retratam esses 22 anos de trajetória”, destaca o autor, que estabelece como início de sua carreira o ano de 1997, quando conquistou seu primeiro prêmio literário, ainda na universidade.

Publicado pela editora Traços & Capturas, o livro é dividido em três movimentos: A Carne, O Pulso e o Fluxo. “São três movimentos que representam momentos distintos da existência humana: os obstáculos provocados pelas ilusões do mundo material (A Carne), a luta e superação desses obstáculos (O Pulso) e, finalmente, a libertação (O Fluxo)”, explica Pinheiro. O poeta acrescenta que os poemas passeiam por diversos temas: vida, morte, política, amor e espiritualidade, entre outros.

“Num copo de blues bebo poesia” pode ser adquirido diretamente com o autor ou pelo site bebopoesia.wordpress.com.

 

Trajetória

Jornalista, professor e poeta, André Pinheiro tem 43 anos. Nasceu no litoral de São Paulo e chegou a Itajaí ainda na infância. Começou a conquistar espaço na literatura itajaiense no final da década de 1990. Em 1999, participou das coletâneas “Conto Poesia”, publicada em Florianópolis, e “De Itajahy a Itajaí: Cem anos de poesia”, da Academia Itajaiense de Letras. No mesmo ano, teve poemas publicados e analisados em resenha no Anuário de Itajaí. No ano 2000, integrou a antologia “500 outonos de prosa e verso”, editada em São Paulo. Em 2003, tomou posse como membro da Academia Itajaiense de Letras. No mesmo ano, publicou, em coautoria, o livro de poemas “Ciclotimia”. Três anos depois, participou da revista literária “Peixe”.

De 2007 a 2009, integrou o coletivo CLAP de escritores. Além de publicar um caderno literário que levava o mesmo nome do grupo, o coletivo promovia, a cada 15 dias, o “Sarau Benedito”. Em 2014, participou da curadoria dos poemas para a coletânea “Poesia à Beira-mar”, publicada pela editora Ipêamarelo.

Ao longo de todos esses anos, foram inúmeros textos publicados em jornais, revistas, suplementos, sites, blogs e fanzines. Participações em recitais, varais, saraus, exposições, briques e outros eventos também marcam essa trajetória de mais de 20 anos dedicados à poesia.

Finalmente, em 2019, teve poemas selecionados para a coletânea “Verso, prosa e outros labirintos”, das editoras Ipêamarelo e Traços & Capturas. No início do ano, iniciou a publicação do fanzine de poemas “MoJo”. A próxima nota nesta partitura será o lançamento do livro “Num copo de blues bebo poesia”.

Mais informações podem ser obtidas no site bebopoesia.wordpress.com, diretamente com o autor ou com a editora Traços & Capturas.

  

Biografia de Paulo Leminski por Dilva Frazão

Paulo Leminski (1944-1989) foi um poeta, escritor, tradutor e professor brasileiro. Fez uma poesia sem compromisso, consagrou-se com “Catatau”, obra “maldita” marcada por exacerbado experimentalismo linguístico e narrativo.

Paulo Leminski Filho (1944-1989) nasceu em Curitiba, Paraná, no dia 24 de agosto de 1944. Filho de Paulo Leminski, militar de origem polonesa, e Áurea Pereira Mendes, de descendência africana. Com 12 anos ingressou no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, onde estudou latim, teologia, filosofia e literatura clássica.

Em 1963, abandonou o Mosteiro, e nesse mesmo ano foi para Belo Horizonte onde participou da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, quando conheceu Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos, criadores da Poesia Concreta. Em 1964, publica seu primeiro poema na revista “Invenção”, editada pelos concretistas. Nesse mesmo ano, assume o cargo de professor de História e Redação em cursinhos pré-vestibulares.

Em 1976, Paulo Leminski publicou seu primeiro romance “Catatau”, obra “Maldita”, em que o experimentalismo atinge níveis pouco usuais, classificada pelo autor como mero romance ideia. Nessa época, trabalha como diretor e redator de publicidade. Publica seus textos em revistas alternativas, antológicas do tempo marginal, como “Muda”, “Código” e “Qorpo Estranho”, segundo ele mesmo, publicações que consagraram grande parte da produção dos anos 70.

Paulo Leminski tornou-se um dos mais destacados poetas brasileiros da segunda metade do século XX. Inventou seu próprio jeito de escrever poesias, fazendo trocadilhos ou brincando com ditados populares: “sorte no jogo / azar no amor / de que me serve / sorte no amor / se o amor é um jogo / e o jogo não é meu forte, / meu amor?”.

Leminski era fascinado pela cultura japonesa e pelo zen-budismo, era faixa preta de caratê. Escreveu a biografia de Matsuo Bashô, e dentro do território livre da poesia marginal escreveu poemas à moda de um grafiti, com sabor de haicai. Ele escreveu também letras de músicas em parcerias com Caetano Veloso, Itamar Assumpção e o grupo A Cor do Som. Exerceu intensa atividade como crítico literário e tradutor, vertendo para o português as obras de James Joyce, Alfred Jarry, Samuel Beckett e Yukio Mishima. Viveu durante 20 anos com a poetisa Alice Ruiz, que organizou sua obra.

Paulo Leminski faleceu em Curitiba, Paraná, no dia 7 de junho de 1989.

Obras de Paulo Leminski: Catatau (1976); Não Fosse Isso e Era Menos/Não Fosse Tanto/e Era Quase (1980); Caprichos e Relaxos (1983); Agora é Que São Elas (1984); Anseios Crípticos (1986); Distraídos Venceremos (1987); Guerra Dentro da Gente (1988); La Vie Em Close (1991); Metamorfose (1994); O Ex-Estranho (1996).


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