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07/06/2019 | 11:10

Mulher desaparecida é encontrada mantida em cárcere privado durante um ano em Itajaí

A Divisão de Inteligência do Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS) do Tribunal de Justiça de Santa Catarina conseguiu resgatar ontem (5/6) uma servidora do Poder Judiciário catarinense. Ela estava desaparecida desde fevereiro do ano passado e foi encontrada em um cubículo no bairro Vila Operária, em Itajaí, onde foi mantida em cárcere privado pelo próprio namorado.
 
A servidora atuava como técnica judiciária auxiliar no fórum de Itajaí. Em janeiro do ano passado, ela entrou em férias e após o período não retornou ao trabalho. A direção do foro comunicou, então, o fato à Presidência do TJ, que imediatamente acionou o NIS para iniciar investigações sobre o paradeiro da servidora. A partir daí foram cumpridos todos os passos, que incluíram interceptação telefônica, quebra de sigilo bancário e busca e apreensão entre outras ações. As investigações seguiram até agosto de 2018 e foram suspensas por falta de informações sobre o caso.
 
Na terça-feira desta semana, um morador de uma casa próxima ao cubículo onde a servidora e o namorado permaneceram nos últimos tempos entregou à juíza Sônia Moroso, da comarca de Itajaí, uma carta manuscrita pela vítima na qual ela pedia ajuda. "Nós a encontramos debilitada, fora de si e num local em péssimas condições de higiene", relatou o delegado Mauro Cândido dos Santos Rodrigues, chefe da Divisão de Inteligência do NIS.
 
Segundo o delegado, a servidora teria sido manipulada pelo próprio namorado, que a fez acreditar que precisava ficar escondida, pois estava sendo perseguida pela polícia e políticos. "Tanto o namorado quanto a servidora demonstraram estar completamente transtornados, falando a todo tempo em perseguição. Ela já havia tentado tratamento contra esquizofrenia e era dependente química. Acreditamos que o próprio namorado, pelo que fez, agravou ainda mais o quadro dela", ressalta Rodrigues.
 
O namorado da vítima foi preso pela equipe do NIS e está em Itajaí; ela foi encaminhada para o Instituto Psiquiátrico de São José, onde seguirá internada. A família da servidora, que é natural de Maravilha, no oeste do Estado, já foi informada e deve encontrá-la ainda hoje. "Foi um trabalho gratificante, em que nos envolvemos muito. Felizmente conseguimos salvar a vida de uma servidora que, assim como a vida dos magistrados, é o principal ativo do Poder Judiciário catarinense", destacou o delegado, que aproveita a oportunidade para agradecer o apoio dos juízes Mauro Ferrandin e Sônia Moroso, da comarca de Itajaí, os quais colaboraram em todas as etapas das investigações.
 
"O encontro da servidora denota o comprometimento da equipe do NIS, que incansavelmente diligenciou buscando informações que pudessem levar ao seu paradeiro e, embora decorrido um lapso temporal sem notícias, envidou todos os esforços para encontrá-la ao saber da carta por ela encaminhada. Fica, além do alívio e satisfação por tê-la encontrado, a certeza de que as atividades desenvolvidas pelo Núcleo vão ao encontro do proposto quando da criação do órgão, que é a proteção de todos os ativos do Poder Judiciário, dentre os quais, indubitavelmente, as pessoas são o mais importante", complementou o desembargador Sidney Eloy Dalabrida, coordenador do NIS.
 

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