quinta, 28 de março de 2024
Geral
06/11/2018 | 14:56

Sitrapesca quer mais acesso de pescadores a cursos profissionalizantes obrigatórios

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Pesca de Santa Catarina (Sitrapesca), Henrique Pereira esteve reunido nesta semana com representantes do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) na tentativa de facilitar o acesso de pescadores aos cursos profissionalizantes obrigatórios. Por conta da falta de estudo, muitos profissionais acabam barrados de participar das formações o que, segundo Pereira, aumenta significativamente o mercado informal. 
 
Atualmente, para trabalhar embarcado, é necessário passar pelo curso de Pescador Profissional (POP). No entanto, para efetivar a matrícula, é necessário ter o ensino fundamental completo. O problema, como explica o presidente do Sitrapesca, é que grande parte dos profissionais não finalizaram nem mesmo essa etapa inicial do estudo. “Entendo a importância do ensino para todas as pessoas, mas a verdade é que apenas exigir isso dos pescadores sem dar condições de que eles possam concluir os estudos, enquanto sustentam suas famílias, estimula o trabalho na clandestinidade”, desabafa.
 
Para o Curso de Pescador Especializado (PEP), que depois de dois anos habilita o profissional para ser mestre ou motorista de barco, é necessário que o pescador tenha concluído o segundo grau. “Quem já é pescador precisa ter o acesso facilitado. É uma profissão que exige muito mais habilidade e técnica adquirida com a prática do que com estudo e teoria”, afirma Pereira. 
 
Atualmente Santa Catarina tem cerca de seis mil pescadores profissionais vinculados ao Sindicado. Mas a estimativa é que, com os profissionais que trabalham na clandestinidade, o Estado tenha mais de 10 mil pescadores. “No mercado informal não temos como exigir a segurança de quem trabalha embarcado e também não há o controle do que é pescado. A burocracia em cima dos trabalhadores tem impedido a pesca de se desenvolver”, finaliza.
 
Nas próximas semanas o presidente do Sitrapesca deve se reunir com representantes da Indústria, dos Armadores, da Marinha e do IFSC para debater formas de contribuir com que pescadores que não concluíram seus estudos possam ter acesso ao mercado de trabalho. 

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