sexta, 19 de abril de 2024
Geral
27/08/2018 | 15:57

Eduque seu filho para pensar antes de curtir e seguir

Por Elaine Raquel Assis

“De acordo com o estudo da NEXT Generation Health Study, realizado nos Estados Unidos com 2.785 estudantes do ensino médio, entre 2009 e 2016, cerca de 32% dos entrevistados de minorias sexuais relataram serem vítimas de cyberbullying, diz Elaine Raquel Assis, jornalista especializada em direitos humanos para vulneráveis e defensora da Internet Segura.

 

Responsabilidade pelas nossas ações na internet

É importante pesquisar sobre a página que gostamos antes de segui-la. Lembre-se que há consequências para cada ação que fazemos, portanto, devemos ter cautela. Atualmente, as postagens nas mídias sociais espalham-se rapidamente, principalmente pelas contas falsas que costumam abusar da integridade das pessoas.

 

Administradores de contas falsas farão tudo para chamar sua atenção e obter simpatia, simplesmente para manipular uma situação.

 

Contas falsas para o mal

Há milhares de contas que são feitas apenas para difamar, caluniar, divulgar imagens indevidamente e ameaçar as pessoas, que infelizmente passam pelo cyberbullying. Usuários emocionalmente frágeis são o alvo principal desses tipos de abusos.

 

Cyber-sexismo/ assédio sexual também é um grande problema hoje em dia. Se você usar shorts curtos e sem mangas na foto, certamente terá centenas de curtidas em apenas uma hora. Algumas pessoas podem involuntariamente fazer uma piada com você sobre o quanto é sexy e/ou compartilhar sua fotografia com assédio sexual não intencional na seção de comentários. Mas o assédio sexual, sendo intencional ou não, ainda é considerado assédio.

 

Você sentiu-se desconfortável com as pessoas que estão fantasiando sua foto, mas não pode controlá-las, não pode fazer nada além de seguir em frente. Postar esse tipo de imagem não é o problema, mas não queira determinar as reações de seus seguidores. Portanto, antes de postar e clicar, pergunte-se sobre como suas ações podem refletir nas redes sociais

 

Cuidado com seu robô do Instagram

Muitos já embarcaram na onda de automação do Instagram para curtir e seguir pessoas do mesmo nicho, para que uma parcela destas volte para seguir sua conta. É muito normal uma taxa de 4% de sucesso ao curtir e seguir outras pessoas que interagem com contas semelhantes à sua, e até mesmo do concorrente.

 

No dia 13 de julho, a conta do candidato à presidência Bolsonaro curtiu uma foto do seu concorrente político Lula. Apesar de rumores de que foi um erro manual, esta falha pode ter sido causada facilmente pelos robôs do Instagram. Esse é o perigo: o seu robô não tem ideia do que está curtindo e de quem está seguindo.

 

Seu robô pode curtir fotos ilegais, de pornografia infantil, venda de drogas, difamação, calúnia, chantagem e outros crimes. Uma curtida na foto errada e seguir um troll criminoso, pode arruinar a sua reputação e a da sua empresa.

 

Rede social com responsabilidade

Ter uma mídia social neste século é realmente fascinante. Você pode interagir facilmente com as pessoas e expressar livremente seus pensamentos e opiniões sobre determinados assuntos. Temos o direito de nos expressar, e isso é bom porque as pessoas podem ouvir o que temos dentro de nós. Temos o direito de dar nossa opinião e argumentar se gostarmos das questões atuais da sociedade.

 

Avalie seus pensamentos. Seja responsável em sua ação. Pode parecer exagero, mas é importante. Ser uma pessoa responsável em cada ação que você faz pode mudar uma situação. Discipline-se para ser uma pessoa melhor. Não é fácil mudar nosso comportamento com apenas um piscar de olhos ou um clique; é preciso coragem para fazê-lo! Respeite a todos. Se você quer ser respeitado, respeite os outros. Respeite todos, mesmo que eles não respeitem você, e o resto será seguido.

 

É importante ressaltar que há crime nas telas. Muitas vezes, a negligência dos pais permite a aproximação de "trolls" para o mundo real no âmbito familiar. Por isso, denuncie sempre que suspeitar de comportamentos inadequados e incentive os mais vulneráveis a denunciar também.

 

Quem ganha com isso? Toda sociedade.


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