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21/06/2018 | 16:41

Clonagem de celular: Analista de segurança alerta sobre os principais sinais e como evitar ser atacado

Diante das clonagens de celular que vêm acontecendo na região do Vale do Itajaí, o Jornal dos Bairros realizou uma entrevista exclusiva com Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab Brasil, filial da empresa russa produtora de softwares de segurança para a Internet.

 

Jornal dos Bairros: Como ocorre a clonagem de telefones celulares?

Fabio Assolini: Ataques deste tipo têm se tornado comum desde o ano passado e visam, principalmente, empresários. O primeiro sinal é que o número do telefone ‘clonado’, o que tecnicamente não é isso, é que o aparelho deixa de funcionar instantaneamente. Isso porque o número da pessoa é habilitado em um outro chip. Para conseguir esse número, o golpista tem duas estratégias: na primeira ele conta com a ajuda de um funcionário corrupto da operadora do cliente que faz esse trabalho de habilitar o número do alvo em um novo chip; e, na segunda, o golpista falsifica os documentos pessoais da vítima e se passa como o dono da linha e solicita a habilitação do número em um novo cartão. Infelizmente, hoje em dia as pessoas expõem muitos dados na Internet e, no caso de políticos, não é diferente. Vale reforçar que esse tipo de ataque não se restringe a apenas figuras públicas.

No começo deste ano, no Paraná, os golpistas utilizaram o WhatsApp como ferramenta para atacar políticos.

 

Jornal dos Bairros: Como podemos nos prevenir destes ataques e garantir que nossos números não sejam clonados?

Fabio Assolini: Além de evitar expor demais os seus dados na Internet, o usuário pode correr o risco de ter seus aparelhos infectados e atacados por vírus – o que geralmente acontece após o usuário clicar em um link suspeito. Neste caso, um bom antivírus deve impedir que o aparelho seja alvo de ciberataques e que um espião se instale nele e comece a gravar e coletar informações, SMS e até fotos.

 

Jornal dos Bairros: Como funciona a clonagem no Whatsapp? Tem como se prevenir?

Fabio Assolini: Neste caso, a partir do momento da clonagem, a pessoa abre o WhatsApp e automaticamente todas as conversas e contatos carregarão no aparelho. E é aí que o golpista começa a interagir com esses contatos se passando pelo dono da linha. Para se prevenir, basta o usuário ir nas configurações do WhatsApp e habilitar um recurso chamado ‘verificação em duas etapas’. Quando ativado, o usuário vai criar uma senha de seis dígitos para seu WhatsApp. Na prática, essa proteção impede que em caso de clonagem do número do celular o golpista tenha acesso as conversas e contatos. O único ponto de atenção aqui é que os usuários precisam ficar atentos a quais sessões estão iniciadas na versão Web. E, caso encontre alguma sessão que não foi aberta por ele, recomenda-se que seja feito o logout de todos os computadores.

 

Últimos casos na região

No mês de junho três nomes da gestão pública foram alvo da clonagem de celulares. O primeiro deles foi o prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PSB), no dia 11 de junho. Os bandidos utilizaram o número de seu celular e o Whatsapp do prefeito para solicitar depósitos bancários aos seus assessores.

Dia 19 de junho quem sofreu clonagem foi o prefeito de Porto Belo, Emerson Stein (PMDB). Assim como Fabrício, as mensagens enviadas por “Emerson” solicitavam dados de contas bancárias. A assessoria do prefeito publicou uma nota pedindo que o contato seja bloqueado. Em ambos os casos, os prefeitos registraram boletim de ocorrência na Polícia Civil.

O terceiro e último caso, até a publicação dessa matéria, o alvo foi o secretário executivo da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI), Celio Bernardino. Na manhã de quarta-feira (20), mensagens pedindo diferentes informações aos contatos do secretário foram recebidas.


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