A seguir à largada do passado domingo, a tripulação espanhola destacou-se dos adversários ao optar por seguir mais junto de terra em busca de ventos favoráveis, com o Team Brunel a ser segundo ao ter optado pela mesma tática.
48 horas depois, a opção mostra-se muito acertada. Às 13:00 UTC de hoje, o MAPFRE tinha sete milhas náuticas de vantagem sobre o Team Brunel e quase 40 de avanço sobre o terceiro classificado, o Turn the Tide on Plastic.
Durante a noite de segunda-feira, o barco de Dee Caffari veio do zero a herói, muito graças a uma manobra de aproximação à costa. Apesar de já ser tarde para apanhar o MAPFRE e o Team Brunel, conseguiu passar os quatro barcos que estavam mais ao largo.
“Estamos finalmente a mover-nos e estou muito entusiasmada”, afirmou Caffari na segunda-feira à tarde: “Foi muito penoso, mas agora o vento entrou…os outros estão à nossa frente e ao largo mas não estão a andar muito depressa, por isso esperamos passa-los.”
Pela manhã, o Turn the Tide on Plastic conseguiu dar a volta e passou de seguir em último para uma confortável terceira posição.
A apenas 250 milhas náuticas do final do prólogo, o MAPFRE continua à bolina rumo à linha de chegada em Alicante com o Team Brunel na sua sombra, 10 milhas a Sul.
Entretanto, as coisas prometem aquecer no grupo perseguidor que está prestes a passar o Estreito de Gibraltar.
O estreito com apenas 9 milhas de largura, que separa Tarifa, no Sul de Espanha e Marrocos, no Norte de áfrica, é famoso por ser um desafio à navegação, dadas as condições muito especiais causadas pela passagem do vento e da água num espaço tão apertado.
Para dificultar ainda mais, é um locais do mundo com maior tráfego marítimo, com numerosos navios, barcos de pesca e de cruzeiro.
De acordo com a equipa de experts da Volvo Ocean Race, os quatro barcos prestes a entrarem no Mediterrâneo – Dongfeng Race Team, team Akzonobel, Vestas 11th Hour Racing eTeam Sun Hung Kai/Scallywag – podem esperar que o vento suba dos 10 para os 30 nós-
Daryl Wislang, do Dongfeng Race Team, um veterano com 4 participações na Volvo Ocean Race, sabe perfeitamente o que tem pela frente: “Estamos a desfrutar da bonança antes da tempestade…a tempestade de Gibraltar”, referiu.
Como se o Estreito de Gibraltar não fosse apertado o suficiente, a organização da VOR implementou um esquema de separação de tráfego para manter a frota distante das rotas dos grandes navios, o que dificulta ainda mais a sua passagem.
“As coisas estão a acelerar um bocadinho – muitas manobras, muitas viragens de bordo para nos posicionarmos bem neste grupo de quatro barcos”, disse Steve Hayles, navegador do Team Sun Hung Kai/Scallywag.
“É uma parte da regata muito complexa, mas interessante. Ainda temos de lidar com o Estreito de Gibraltar na primeira etapa (na direção oposta) portanto é um elemento-chave.”
Toda a frota deverá estar no Mediterrâneo ao anoitecer desta terça-feira mas o Prólogo está ainda longe de ter terminado.
Os ventos fortes do Estreito darão lugar a ventos fracos, 5 a 10 nós do quadrante Norte, no Mar Alboran.
Dadas as condições, os líderes têm quinta-feira de manhã como o Tempo Estimado de Chegada.
Na quarta-feira à tarde, as portas da Race Village de Alicante abrem às 18:00. A cerimónia de abertura está marcada para as 20:00 e culminará com fogo de artifício às 22:00.
Volvo Ocean Race Prólogo – Classificação – 1300 UTC, 10 October
Team Sun Hung Kai / Scallywag; +61 milhas náuticas