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20/09/2017 | 14:30

Aos 66 anos, ex-merendeira de Itajaí lança primeiro livro nesta quinta-feira

Aos 66 anos, Dulceclea Marcolino da Silva, a dona Dulce, realiza nesta quinta-feira (21), às 19h, no Museu Histórico de Itajaí, o sonho de publicar o primeiro livro. Antes de ser escritora, dona Dulce já trabalhou na roça, em empresas de pesca, como empregada doméstica e por muitos anos foi merendeira nas escolas municipais de Itajaí.

Com 160 páginas, “Memórias do Sertão” conta a história de dona Dulce do Sertão do Trombudo, bairro rural de Itapema, até Itajaí dos anos de 1970. São mais de 40 anos de memórias, que passam por momentos marcantes da história itajaiense.

Dona Dulce viveu no bairro Nossa Senhora das Graças, o popular Matadouro, durante 16 anos e testemunhou as transformações da comunidade. Ela ainda enfrentou três grandes enchentes e ajudou a criar 12 filhos, todos nascidos em Itajaí.

"Uma parte da minha história, do Sertão do Trombudo e de Itajaí, estão impressas agora em um livro. Foi um desafio escrever e principalmente contar sobre o bairro Nossa Senhora das Graças", conta a nova escritora.

Filha de lavradores do Sertão do Trombudo, em Itapema, dona Dulce teve a ideia de escrever o livro quando começou a trabalhar no Arquivo Público de Itajaí. Foi lá, no meio de livros e pesquisadores, que ela também se interessou em deixar por escrito as suas memórias.

Dulce aprendeu a escrever nas escolas rurais do Sertão do Trombudo e estudou só até aos 12 anos. Aos 17 anos, saiu do sítio do pais e foi trabalhar em casas de família em Florianópolis e Blumenau. Em 1972, foi morar no bairro Matadouro, em Itajaí. No Matadouro, ela conheceu o marido José Nivaldo Marcolino da Silva, com quem é casada há 44 anos.

Para ajudar a sustentar a família, trabalhou como doméstica e em empresas de pesca até prestar concurso público para o cargo de auxiliar de serviços gerais pela Prefeitura de Itajaí. Por mais de dez anos, Dulce foi merendeira nas escolas municipais e é lembrada até hoje pelos ex-alunos.

"Eu ainda encontro na rua e ou no ônibus ex-alunos e eles me reconhecem. Eu fico muito feliz com isso porque sempre gostei do meu trabalho", diz a moradora de Itajaí.

Dulce trabalhou como recepcionista do Arquivo Púbico e hoje atende no Museu Histórico de Itajaí.

O livro Memórias do Sertão foi contemplado pela Lei de Incentivo à Cultura de Itajaí e conta com o patrocínio da Brasfrigo.


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