Um golfinho da espécie Phocoena dioptrica, conhecido popularmente como golfinho-de-óculos, foi encontrado pela equipe da Univali que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) na manhã deste domingo, 30, na praia de Navegantes. O animal, que já estava sem vida, foi recolhido e levado à Unidade de Estabilização de Animais Marinhos em Penha para que a causa da sua morte fosse investigada.

 

O golfinho-de-óculos, referência à marca escura que tem em volta dos olhos, é um animal antártico e com raras aparições em águas brasileiras. Até hoje, foram registradas apenas três ocorrências desta espécie no Brasil. Este último, encontrado nas areias da praia de Navegantes, media 203 cm e pesava um pouco mais de 120kg. Para entender as causas que levaram o animal a óbito os veterinários do projeto realizaram uma necropsia e constataram que ele morreu por afogamento. Segundo André Barreto, coordenador do PMP-BS, o golfinho estava com a mandíbula quebrada, com muita espuma e areia no pulmão, indicando o afogamento em área rasa. “Só poderemos afirmar com certeza após os resultados laboratoriais, mas tudo indica que ele estava com a saúde em bom estado”, explicou André.

 

O golfinho foi levado para o Museu Oceonográfico da Univali onde futuramente ficará exposto para que o público possa conferir de perto esta raridade que passou pelo litoral catarinense. 

 

Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS)

 

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama e tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia nos mortos.

 

A Univali é a responsável pela coordenação e execução destas atividades junto a uma rede de instituições que atua ao longo do litoral. São elas: Associação R3 Animal, Instituto Argonauta, Instituto Gremar, Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC), Universidade da Região de Joinville (Univille), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Instituto Australis (Projeto Baleia Franca), Projeto Biopesca, e Fundação Pró-Tamar.