quinta, 18 de abril de 2024
Geral
29/06/2017 | 17:35

Comprimido pode substituir a quimioterapia em pacientes com câncer de pulmão

As novas descobertas para tratar o câncer de pulmão dos últimos anos trazem cada vez mais  esperança para os pacientes que lutam contra essa doença. A estimativa de vida que no século passado era de meses após o diagnóstico, passou a ser de anos. Isso porque a medicina identificou as inúmeras alterações e mutações das células, conseguindo oferecer as chamadas terapias-alvo, ou seja, tratamentos que antes eram utilizados para todos os pacientes com câncer de pulmão, agora são personalizados para cada indivíduo. E ainda: sem quimioterapia e com baixa toxicidade na maioria das vezes.  

 Cientificamente falando, o câncer de pulmão é dividido em dois grupos: o de pequenas células (15%) e o de não pequenas células ( 85%). Dentro desses tipos, encontram-se as alterações, como é o caso da translocação do ALK, que faz parte do grupo das não pequenas-células e atinge 5% das pessoas com esse diagnóstico. Essa alteração é diagnosticada através de uma análise feita no bloco de tumor. Um exame que não está disponível no Sistema Único de Saúde e não é pago por grande parte dos convênios no país. No entanto, a boa notícia é que ele é oferecido gratuitamente em Itajaí – SC. Essa oferta é possível, graças a uma pesquisa clínica, que o Centro de Novos Tratamentos foi escolhido a participar. 

 Segundo o médico oncologista do Centro de Novos Tratamentos Itajaí, Giuliano Santos Borges, é importante que todos os pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão façam os testes para identificar as terapias disponíveis. Só assim, o paciente poderá ter um direcionamento correto para tratar a doença. “ E aqui em Itajaí, podemos atender os pacientes recém diagnosticados com câncer de pulmão, que não fizeram nenhum tipo de tratamento. Se ele tiver a resposta positiva para esta alteração do ALK através deste exame gratuito que oferecemos, não precisará passar pela quimioterapia, por exemplo. Ele terá à disposição um tratamento que é feito com uso de comprimidos chamados inibidores de proteína”, explicou.

 A medicação usada no tratamento já está aprovada nos Estados Unidos e na Europa desde 2014. Lá, o medicamento chega a custar US$ 15 mil mensais, correspondendo mais de R$ 50 mil no Brasil. E o concorrente, também aprovado, chega a ter um custo de tratamento de R$ 400 mil ao ano. São medicações que passaram por estudos clínicos e foram aprovados por apresentarem bons resultados. Aqui no Brasil, o comprimido ainda está em fase de testes.  

Em Santa Catarina, Itajaí é a única cidade a oferecer o exame de graça para saber se há alteração do ALK e o comprimido caso o resultado seja positivo. O tratamento também é oferecido no Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio Grande do Norte.


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