No início do mês de março, o Hospital Municipal Ruth Cardoso (HMRC), em Balneário Camboriú, esteve impossibilitado de prestar atendimento em alguns serviços de ortopedia e traumatologia, em virtude da falta de implantes ortopédicos ocasionada pela não participação de empresas no processo licitatório. Já no dia 31 de janeiro, o Hospital abriu licitação para aquisição de produtos ortopédicos, porém mais de 40 itens restaram desertos e fracassados, ou seja, não houve empresas interessadas em fornecer os equipamentos, seja pelo pequeno volume de aquisição ou, por ser compra que tem como parâmetro o valor de tabela SUS.

Como medida cautelar, a Direção Administrativa do HMRC optou por fazer a compra emergencial desses itens, pois a demanda do serviço de ortopedia é intensa em virtude, principalmente, dos acidentes de trânsito. “Porém, mesmo no formato de aquisição emergencial as empresas do ramo que atendem compra pública no Estado não demonstraram interesse na venda, dentro dos parâmetros que atendessem a necessidade do Hospital”, explica o diretor do HMRC, Rodrigo Massaroli. Segundo ele, alguns fornecedores não participaram da cotação de todos os itens e outros nem mesmo demonstraram interesse em participar da cotação.

Em virtude disto, no início deste mês o hospital restringiu a transferência de pacientes de outros serviços da região para o Ruth Cardoso, uma medida cautelar para não prejudicar o atendimento destes pacientes. A administração seguiu negociando com os fornecedores até que uma empresa apresentou cotação de todos os itens faltantes e o hospital pôde realizar a compra emergencial e retomar as cirurgias. Neste período, três pacientes necessitaram de cirurgias ortopédicas. Um deles, foi transferido para outro hospital e dois já foram operados, porém o procedimento sofreu atraso devido à falta de material.

A partir desta semana, o serviço de ortopedia e traumatologia do Hospital Municipal Ruth Cardoso já está normalizado. O Município comunicou ao Ministério Público a limitação imposta ao hospital pelas empresas fornecedoras, dificultando a aquisição dos produtos pela tabela SUS, o que causou atraso nos atendimentos.