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Geral
13/02/2017 | 10:02

Confiança e endividamento melhoram, mas consumo tem retomada lenta em SC

Os dados econômicos do primeiro mês de 2017 apontam para a retomada gradual da confiança dos consumidores e empresários em Santa Catarina. Em janeiro, os três indicadores apurados pela Fecomércio SC mostraram desempenhos positivos em relação ao mesmo período do ano passado: o índice de confiança do empresário do comércio subiu 19,8%, o percentual de endividados caiu de 62,5% para 57,5% e o consumo, impactado pelo baixo acesso ao crédito e o alto desemprego, teve crescimento tímido de 0,7%.

Confiança
 
A perspectiva de um ambiente econômico menos desfavorável em 2017 mantém o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) acima dos 100 pontos. No último mês, SC registrou um avanço expressivo (105,8) na comparação com o início do ano passado (88,3), mas recuou em relação a dezembro (107,2).

“Esta queda interrompeu uma sequência de sete altas consecutivas, causadas principalmente pela expectativa de dissipação das incertezas em relação à recuperação do mercado de trabalho e do volume de vendas. Também pesa nesta percepção a morosidade no andamento da agenda de reformas propostas pelo governo, que poderão trazer um cenário mais estável e, consequentemente, mais seguro para investimentos”, afirma Luciano Córdova, economista da Fecomércio SC.
 

O subíndice que reflete as condições atuais do empresário apresentou alta de 1,0% no mês e 47,2% no ano. Os números relativos aos investimentos no comércio subiram 0,1% no mês e 6,4% no ano. Por outro lado, a expectativa- que leva em conta o cenário futuro da economia, do setor e das empresas- caiu 3,2% no mês, embora tenha acumulado crescimento de 18,8% no ano. 

Endividamento


O percentual de famílias endividadas em Santa Catarina retraiu 1,5% no mês de janeiro (57,5%) em relação a dezembro (59%) e na comparação com o mesmo mês de 2016 (62,5%) e de 2015 (59,2%).

A inadimplência caiu para 18,9%, após alta recorde em dezembro (21,1%), a maior da série histórica iniciada em 2013. 

O cartão de crédito (53,1%) continua liderando como principal agente de endividamento, seguido pelos carnês (30,5%), financiamentos de carro (30,2%) e financiamento de casa (18,9%).

No mapa do endividados, a Capital permanece com o maior percentual de famílias comprometidas com dívidas (87,2%), à frente das outras cidades pesquisadas: Itajaí (48,3%), Chapecó (47,7%), Joinville (47,6%) e Blumenau (45,7%). Florianópolis também está no topo do ranking das cidades com contas atrasadas (21,2%), em contraponto a Blumenau (14,1%) e Chapecó (12%), que têm o menor percentual de inadimplentes. As duas cidades também são as que mais têm condições de quitar as dívidas.

Consumo
 
Entre os indicadores medidos pela Fecomércio SC, o consumo é o que registra a recuperação mais lenta. Em janeiro, a intenção de consumo das famílias catarinenses (ICF) recuou após quatro meses consecutivos de alta, mas ainda permanece dentro de campo positivo (100 pontos). No ano passado, o ICF estava em 99,3.O dado pondera uma série de fatores- situação e a perspectiva de emprego, renda, acesso ao crédito, nível de consumo e condições de adquirir bens duráveis- para medir a capacidade de consumo das famílias.

 Enquanto a renda (162,3 pontos) e o emprego (122,6 pontos) situam-se em um patamar de otimismo, o nível de consumo ainda está baixo (79,1 pontos). Mesmo em nível considerado insatisfatório desde 2014, os resultados nos últimos meses mostram uma reversão na tendência de queda. A perspectiva de consumo subiu 34,9% no ano, mas teve queda de 4,4% em relação a dezembro.

De acordo com o economista da Federação, o consumo pode melhorar na esteira da queda da inflação e juros mais baixos. “A desaceleração da renda real das famílias chegou a -3,6% no terceiro trimestre de 2016, puxada pela alta inflação e pela deterioração da qualidade do emprego e desocupação elevada (6,4%). A oferta de crédito, no qual a economia catarinense é calçada, também teve uma queda considerável, impactando diretamente no consumo. As mudanças na política monetária e na própria economia brasileira, como o aumento da renda real e as mudanças no rotativo do cartão de crédito, podem ter reflexo no consumo nos próximos meses”, finaliza.
 


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