Os velejadores da Transat Jacques Vabre passam por momentos de tensão devido a força dos ventos. Na quinta-feira, sete dos 42 barcos desistiram da competição por quebras ou capotagem. A organização espera por outras três desistências após uma parada programada nos portos da Europa. Fora os ventos fortes, as ondas no Golfo de Biscaia dificultam a travessia transatlântica.
As duplas partiram de Le Havre, na França, com a previsão de mau tempo na região. Para o velejador brasileiro Eduardo Penido, a bordo do barco Zetra, a travessia é delicada.
— Confesso que fiquei preocupado quando recebi a previsão da meteorologia antes da largada, mesmo sabendo que é uma tradição da regata pegar frentes frias pelo caminho.
Até agora, o caso mais complicado é o do barco Maxi 80 Prince de Bretagne. A dupla foi resgatada em segurança após o multicasco capotar em alto mar. O barco La French Tech Rennes Saint-Malo colidiu em um contêiner e foi obrigado a sair da regata.
Na última edição, em 2013, a Transat Jacques Vabre registrou apenas três desistências. Já em 2011, os velejadores passaram um sufoco na viagem e a prova contou com 15 quebras; 40% dos participantes não chegaram ao destino.
Na liderança
Os barcos da classe Ultime aceleram em direção à Itajaí e se aproximam da zona de Doldrums, área de pouco vento próxima a Linha do Equador. Sodebo e Macif, primeiro e segundo respectivamente, passaram pelas Ilhas Canárias e continuam beirando a costa africana na altura de Marrocos.
A classe IMOCA 60 tem os barcos PRB, Banque Populaire, Queguiner e SMA, que ultrapassam os Açores. Os indícios é de que os barcos permanecem no meio do Atlântico na rota até Itajaí, estratégia diferente dos Ultimes.
Na Multi 50, o Ciela Village segurou a liderança nas últimas 48 horas, mas o FenêtréA Prysmian reduziu vantagem e pode tomar a ponta a qualquer momento. Os multicascos também estão na região dos Açores.
Já na Class 40, categoria que tem o barco brasileiro Zetra na sétima posição provisoriamente, Le Conservateur e V and B estão literalmente empatados. A velocidade média nas últimas 24 horas dos dois foi praticamente igual, mostrando que a disputa tem tudo para ser grande até a chegada no litoral catarinense. O Zetra está mais de 160 quilômetros atrás dos ponteiros.