Chegamos a outubro, falta pouco mais de um ano para as eleições municipais e Itajaí ainda não tem pré-candidatos declarados para a prefeitura. No entanto, nenhum dos possíveis postulantes disse que não concorreria e mesmo que ainda esteja cedo, sabe-se que há muita gente correndo pelas beiradas. Caso dos “forasteiros”, como estão sendo chamados os que mudaram o domicílio eleitoral para a cidade.

A mudança mais recente foi a do deputado federal Décio Lima (PT), que alterou o domicílio eleitoral de Blumenau para Itajaí na semana que passou. Fato que, apesar de aguardado, voltou a remexer o cenário político. Agora, os entendedores da área, contam com dois forasteiros para se preocupar, Décio Lima e Paulo Bornhausen (PSB).

Apesar de serem vistos por muita gente como intrusos, os políticos seguem tentando firmar uma relação com a cidade. Décio Lima faz questão de lembrar que foi fundador do PT em Itajaí, onde mantém escritório de advocacia e onde os pais moram. Diz-se itajaiense e por isso fez a mudança:

— Em decorrência da não eleição do Volnei Morastoni, como deputado estadual, tivemos a responsabilidade de guarnecer área que ficamos desguarnecidos. Então a Ana cuida do Médio Vale e nós cuidados de Itajaí e toda a região da Foz do Rio Itajaí-Açu — comentou, lembrando a esposa, a deputada estadual Ana Paula Lima (PT), que será candidata à prefeita de Blumenau.

Décio Lima diz que a mudança foi um pedido do partido e de entidades, muito em função da ida de Volnei Morastoni, ex PT, para o PMDB. A intenção é reorganizar o partido em Itajaí. Mas mesmo sendo um possível candidato, o deputado destaca a necessidade de esforço coletivo.

— O momento reúne um ambiente que exige união de todos pela coletividade. Isso é necessário para superar as dificuldades do porto e enfrentar outros desafios, por exemplo, de mobilidade, Itajaí merece um transporte público de excelência — diz.

Paulo Bornhausen, que aparece nas redes sociais como morador de Itajaí, de fato, também segue se movimentando nos bastidores. Sem se dizer candidato, participa de inaugurações de empresas e sempre faz postagens celebrando os investimentos em Itajaí. É visto pelos principais líderes políticos da região como pré-candidato certo.

As siglas aguardam as alianças que serão feitas com o PSB para então se fortaleceram. O PMDB, agora com Volnei e Thiago Morastoni, é um possível aliado, assim como o PDT de Níkolas Reis. Já o PSDB tem tudo para entrar na briga contra os grandes, mas ainda é cedo para descartar qualquer cenário.

Coordenador do Observatório Social de Itajaí, Jonas Tadeu Nunes acredita que a cidade perde com candidatos de fora e diz que apesar de muitas lideranças municipais serem jovens, acredita que Itajaí tem condições de ter candidatos que fizeram carreira na região.

— Com o orçamento que Itajaí tem vai chover urubu de fora, todo mundo querendo administrar a cidade. O Luiz Henrique fez isso em Joinville, o Raimundo Colombo fez isso em Lages e ambos foram governadores — recorda.

Em 2014, o Observatório em parceria com a OAB e outras entidades promoveram uma campanha para que os itajaienses votassem em candidatos da cidade. Nunes acredita que seria o caso de outra campanha nesse sentido para 2016. Mas a Ordem dos Advogados entende que a situação é diferente.

— Acredito que a OAB não vai se posicionar em relação a isso, os políticos precisam ter um ano de domicilio eleitoral para se candidatar em Itajaí — esclarece o presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB Itajaí, Augusto José Wanderlinde.