A defesa do vereador José Alvercino Ferreira (PP), preso na última terça-feira, está tendo trabalho para conseguir sua liberdade. Desde que foi detido, o parlamentar mudou de advogado pelo menos três vezes. Nesse período também teve um pedido de habeas corpus negado pela Justiça.
Zé Ferreira é investigado na operação “Parada Obrigatória I e II” do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O procedimento começou em 2013 e se refere a corrupção e lavagem de dinheiro decorrentes de fraudes envolvendo órgãos de trânsito e empresas de Itajaí, Florianópolis, Brusque e Lages.
Desde a manhã de quinta-feira, quem cuida do processo envolvendo o vereador é o advogado Marlon Charles Bertol. Ele aguardava o recebimento de cópias do processo judicial para entrar com novos recursos para a liberdade de Zé.
— Vamos ingressar com novos leitos quando chegarem as cópias. Sem elas, o exercício de defesa é impedido — disse na quinta.
Além de Zé Ferreira, outras três pessoas foram presas na operação, sendo uma em Itajaí, uma em Lages e uma em Brusque. O segundo preso em Itajaí foi liberado no mesmo dia. As investigações do Gaeco são sobre crimes de falsidade ideológica, corrupção passiva e ativa, advocacia administrativa, lavagem de dinheiro, associação criminosa e quadrilha, dentre outros. Durante todo o procedimento foram investigadas mais de doze pessoas, dentre agentes públicos e empresários, além de sete empresas, todos envolvidos em tese nos crimes apurados.
Também houve 17 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de Itajaí, em residências, órgãos públicos e empresas nas cidades de Itajaí, Florianópolis, Penha, Brusque e Lages. Foram sequestrados cerca de R$ 5 milhões em bens e dinheiro.
Como as investigações prosseguem, o Gaeco não forneceu detalhes sobre a operação e como atuavam as pessoas investigadas no esquema. No dia de sua prisão, o vereador conseguiu conversar com a reportagem do Jornal dos Bairros por telefone enquanto aguardava para prestar esclarecimentos.
— Não sabia o que estava acontecendo, mas entregamos todos os documentos porque não devo nada — disse o vereador sobre o cumprimento de mandados de busca e apreensão em seu gabinete na Câmara de Vereadores.
Na quarta-feira o site da câmara de Itajaí foi hackeado e uma foto do vereador preso, que circulava no whatss app, acabou indo parar na página inicial. O problema foi resolvido no mesmo dia.
A casa deve definir nos próximos dias quem presidirá a comissão de Ética, que era presidida por Zé Ferreira. Apesar de o recesso dos vereadores ter começado na quinta, a procuradoria da câmara informou que os trabalhos administrativos prosseguem, por isso é necessário nomear um novo presidente.