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10/07/2015 | 16:44

Presidente do PSDB Itajaí critica a gestão orçamentária municipal e fala sobre a preparação do partido para 2016

Eleger quatro vereadores e o próximo prefeito de Itajaí. As pretensões do PSDB municipal para 2016 são imodestas, por isso a direção da sigla trabalha para fortalecê-la. Vem preparando os pré-candidatos a vereador em seminários e quer terminar 2015 com mil novos filiados. Dentre os nomes que estão para surgir pode, inclusive, estar o do candidato a prefeito pelo partido ou do vice, já que não se descarta concorrer com chapa pura.

 

Objetivos palpáveis segundo o presidente do partido em Itajaí, Robison Coelho. Portuário e professor universitário, Coelho está em seu segundo mandato. Assumiu pela primeira vez em 2009 e em 2012 foi o coordenador de campanha do candidato a prefeito pelo partido na época, Deodato Casas.

 

No ano que vem deve estar novamente na linha de frente para encarar a tarefa que lhes foi dada pela sigla nacional de lançar um nome para concorrer à prefeitura.   Em entrevista ao Jornal dos Bairros desta semana, o pai da tucaninha Marina de apenas seis anos falou sobre os desafios que o próximo prefeito de Itajaí terá, das promessas não cumpridas e das falhas para conduzir o orçamento da atual gestão.

 

Como o partido vem se mobilizando para as eleições municipais? Sabemos que conversas sempre existem, mas isso vem se acentuando nos últimos tempos?

Robison Coelho – Nosso planejamento começou em 2012 quando lançamos o Deodato Candidato a prefeito de Itajaí. Nós disputamos uma eleição com um prefeito que tinha mais de 70% de aprovação e sabíamos que seria uma eleição complicada. Mas nós precisávamos disputar para colocar o 45 na rua. Agora como está chegando o prazo eleitoral, em junho do ano que vem já precisa ter essa definição, estamos trabalhando para formular até lá nosso programa de governo.

 

Estamos montando núcleos de estudos em várias áreas, fazendo capacitações e estamos fazendo as filiações também. Temos uma meta de fazer mais de mil filiações até outubro deste ano, quando encerra o prazo para filiações, procurando trazer pessoas de todos os segmentos da sociedade. [Como vocês buscam essas pessoas?] Por indicação, reuniões, hoje (dia 07), por exemplo, temos duas, e sempre que temos reuniões fazemos entre 10 e 20 filiações. Os próprios candidatos a vereador, os pré-candidatos a vereador trazem sua equipe. Hoje temos 2 mil filiados e começamos esse projeto de filiações no início deste ano, já foram 680 até agora.

 

Por enquanto vocês trabalham com quantos pré-candidatos a vereador?

Robison Coelho - O partido quer lançar 32 candidatos, respeitando aquela cota dos 30% de mulheres, que a legislação determina. Desses, nós queremos eleger quatro.

 

Qual é a possibilidade real com a qual o PSDB trabalha hoje para a prefeitura de Itajaí?

Robison Coelho - O PSDB terá candidato a prefeito e o Deodato é um nome, mas o partido está se fortalecendo e tem outros nomes que podem surgir. Mas o partido terá candidato a prefeito. Nós estivemos com o presidente estadual do partido, Marcos Vieira, com o senador José Serra, e o presidente nos colocou a missão de ter candidato a prefeito. O PSDB tem um projeto nacional que é a eleição do Aécio Neves para presidente em 2018 então é muito importante que as prefeituras de cidades como Itajaí tenham candidato, assim como Joinville, Blumenau, Florianópolis e outras cidades importantes.

[Itajaí ter se tornado o primeiro PIB do Estado causou uma pressão maior para que o partido tenha um candidato?] Sim, isso influencia bastante. Além da questão econômica, outro fator é a população, em 2012 havia 130 mil eleitores aptos, agora é provável que supere 150 mil. Tem a questão também da pesca, do porto, então para o PSDB nacional é estratégico.

 

Existe a possibilidade de o PSDB aparecer como vice numa candidatura majoritária?

Robison Coelho – Nós não trabalhamos com essa hipótese. Trabalhamos com a hipótese de ter candidato a prefeito. [Além do Deodato quem poderia ser candidato pelo partido?] Nós temos bons nomes, temos um empresário da construção civil que está se filiando agora, temos um nome da política de Itajaí que pretendemos anunciar nos próximos dias também, estamos namorando. O partido tem de ter opções, é sempre bom oxigenar.

 

Por falar no Deodato, você trabalhou na campanha dele para prefeito em 2012. Qual é a sua avaliação, faltou força política?

Robison Coelho - Eu coordenei a campanha dele. Vamos aos números: o Deodato fez uma grande votação, na época passou o PT e ficamos em segundo colocado na eleição, o PT na época tinha um deputado estadual concorrendo, o Volnei Morastoni; o prefeito foi eleito com mais de 60% dos votos, mas ele tinha 17 partidos coligados, tinha 17 minutos de TV, nós tínhamos apenas cinco; ele tinha quase 170 candidatos a vereador, nós tínhamos menos de 30; além de ele estar vindo para uma reeleição. Tudo isso influenciou. Mas para uma primeira eleição para prefeito do PSDB em Itajaí foi uma vitória. A inexperiência do grupo também, era a primeira eleição de praticamente todos nós. [Vocês se surpreenderam em passar o PT?] quando começou a eleição em julho de 2012, o candidato do PT estava quase 15% na nossa frente e fomos crescendo aos pouquinhos. Ultrapassamos na última semana, eu acredito.

 

Uma chapa com o Paulinho Bornhausen então estaria descartada?

Robison Coelho – Se o Paulinho Bornhausen for candidato a prefeito hoje em Itajaí virá com o apoio da atual administração e nós somos oposição. Nós temos um projeto diferente de tudo isso que está acontecendo nos últimos 16 anos.  Pensamos totalmente diferente, em 2010 saímos do governo e estamos em oposição ao prefeito Jandir Bellini desde então. É uma possibilidade muito remota estarmos junto com o Paulinho Bornhausen, até porque a cidade precisa de renovação, precisa mudar.

 

Antes de você chegar nós estávamos analisando o plano de governo do Jandir e ele não cumpriu nem metade do plano de 2009 e 2012, quando mais de2013 a 2016. Então apoiar o Paulinho Bornhausen seria compactuar com tudo isso que o Jandir deixou de fazer. Vou dar dois exemplos aqui que são promessas de 2008, a Via Expressa Portuária, que ele começaria em 2009, e o Centro Integrado de Saúde, que ele prometeu e depois prometeu novamente para a 2012, mas não cumpriu. Quando a Dilma não cumpre uma promessa dizem que é um estelionato eleitoral, o Jandir teve muita coisa que prometeu e não cumpriu.

 

A Guarda Municipal Armada é outra promessa. Se você pegar os vídeos dele no Youtube vai ver que era pra começarem a recrutar em a partir de 2013. A gente agora que com essa crise que se instalou em Itajaí com a queda da arrecadação e o possível corte dos cargos comissionados, isso não vai acontecer até porque a Guarda Armada custaria caro para o poder público.

 

Em 2012 era uma proposta nossa ter uma pacto de gestão, uma redução no número de cargos comissionados. Infelizmente o prefeito só vai fazer agora porque surgiu a crise e porque o Ministério Público pressionou. Fazer a unificação de algumas secretarias, isso com certeza vai melhorar a capacidade financeira da cidade. Mas se tivesse feito isso em 2009 ou 2013 muitas obras teriam terminado. Mas ficamos contentes com essa redução de cargos comissionados, embora tardia.

 

A perda da movimentação do porto tudo isso está influenciando para a crise que se instalou. O prefeito Jandir teve a capacidade de fazer tudo o que a cidade precisava, pela arrecadação que Itajaí teve. Infelizmente acredito que nenhum prefeito terá tanta arrecadação como ele teve. Joinville deve voltar a ser a primeira economia do Estado. Tem a questão nacional, tem o ICMS, mas tem também a incompetência em gestão municipal.

 

Existe alguma articulação entre o PSDB Itajaí e Joinville, em termos de coligações, para que o Paulo Bauer seja eleito prefeito lá?

Robison Coelho – Essa conversa nós tivemos com o deputado Marcos Vieira e com o Paulo Bauer e este último não tem vontade alguma de ser prefeito de Joinville. Ele tem pretensão de ser governador do estado. Ele veio para uma disputa, fez mais de 30% dos votos e pretende se candidatar ao governo. Essa é mais uma das muitas especulações que ainda vão surgir.

 

Teve alguma conversa do PSDB com o PT e com o PDT, que agora está com o Níkolas Reis?

Robison Coelho - Não. Nós estamos conversando com alguns partidos, o que é natural. Infelizmente nosso sistema político obriga os partidos a fazerem coligações, mas nós não estamos fechados com ninguém. Ainda é muito cedo. Mas também vemos com bons olhos a entrada do Níkolas na Assembleia. Gostaríamos que ele tivesse vindo para o PSDB. Chegamos a conversar. [O Thiago Morastoni também deve deixar o PT] Hoje permanecer no PT está muito complicado, tanto o Thiago quanto o Volnei Morastoni  não devem ficar. [Podem vir para o PSDB?] Acho que não (risos), mas as portas estão abertas. A gente não descarta nenhum nome. Tem alguns nomes, inclusive, que estamos namorando e, em reunião, o pessoal gostou muito e esperamos que sejam consumados nos próximos dias.

 

Como está a capitação de recursos para a campanha? Dá para concorrer com o Paulinho Bornhausen  em termos financeiros?

Robison Coelho - Acredito que nesse quesito vamos perder de muito se o Paulinho vier a concorrer contra nós. Mas essa conversa de capitação começa quando as candidaturas estão oficializadas. Um dos nossos trunfos na campanha será a participação do Aécio Neves, estará ativamente nos nossos programas de TV. É um nome forte em nível nacional e fez 72% dos votos aqui em Itajaí. Quando o Deodato foi candidato ele já apareceu e veio aqui. Na época, para você ver como a cidade é importante, mesmo nós estando bem atrás nas pesquisas, recebemos a visita do Senador Álvaro Dias, Paulo Bauer, Geraldo Alckmin, José Serra.

 

O fato de o Aécio ter sido favorito na região Sul do país nas eleições presidenciais fortalece o partido em termos de município?

Robison Coelho – O Sul foi esquecido pelo governo do PT. Se você analisar as obras em Santa Catarina, estamos com a duplicação da BR-101 por terminar há mais de 10 anos.  Quando os políticos precisam de algum recurso para o Estado é um trabalho conseguir. Por isso que nós tivemos uma votação tão boa para o candidato Aécio Neves, que estava em terceiro nas pesquisas e virou no final.

 


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