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13/12/2013 | 11:37

Audiência pública reúne mais de 200 moradores de Itajaí e Navegantes para discutir novos acessos aquaviários ao Complexo Portuário

Representantes da Associação Empresarial de Itajaí, empresários e trabalhadores do setor logístico e portuário manifestaram-se favoráveis à implantação do novo acesso para que o complexo portuário não perca competitividade em relação aos outros portos que já estão adequados aos novos tamanhos de navios que estão chegando ao mercado. O presidente da Colônia de Pescadores Z-36 de Itajaí, César Luiz dos Santos, aproveitou a audiência pra apresentar reivindicações do setor da pesca artesanal e preocupações suscitadas pelo projeto do novo acesso ao porto, mas no final de sua explanação declarou que a classe é favorável às adequações necessárias para que o complexo portuário mantenha sua movimentação e competitividade no mercado.

O presidente do Sindicato dos Estivadores, Saul Airoso da Silva, foi mais taxativo. Saul declarou em sua fala que é fundamental que o projeto apresentado consiga as licenças ambientais necessárias e que a obra prevista saia do papel no tempo adequado às necessidades dos armadores para que a atividade portuária mantenha os milhares de empregos que gera na região.

Também o prefeito de Navegantes, Roberto Carlos de Souza, declarou-se favorável ao projeto que beneficia diretamente as duas cidades-irmãs, Itajaí e Navegantes, solicitando que as cartilhas sobre o projeto, distribuídas na audiência pública sejam também entregues aos moradores do bairro São Pedro, local afetado em parte pelas adequações necessárias à modernização do canal, para tirar as dúvidas daquela comunidade.

Vans colocadas à disposição da população do bairro São Pedro trouxeram gratuitamente os moradores da comunidade para a audiência pública, que iniciou com a apresentação de um vídeo atentando para a importância da implantação dos novos acessos aos terminais portuários do Itajaí-Açu.

O vídeo também mostrou um breve histórico do início da atividade portuária na cidade, que começou como entreposto de escoamento da produção madeireira do estado, que durou quase cem anos, seguido pelo breve período do açúcar, até sua transformação no segundo complexo portuário em movimentação de carga conteneirizada do Brasil, feito obtido com a participação das forças vivas da região a partir do final dos anos de 1990.

Em seguida, o Superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos Júnior, fez sua apresentação relatando que 95% da riqueza movimentada por Santa Catarina passa pelo Complexo Portuário de Itajaí e que isso propicia à região um desenvolvimento econômico expressivo e, também, consequentemente, ganhos sociais relevantes que podem se perder caso as condições de acesso aos terminais não se adequem aos navios de 365 metros que estão chegando ao mercado.

Segundo o superintendente, o Complexo Portuário do Itajaí, que responde pela segunda maior movimentação de contêineres no Brasil, enfrenta o mais grave momento de sua historia. “É preciso alargar o molhe e abrir uma nova bacia de evolução para possamos receber a nova geração de navios, entre 335 e 366 metros de comprimento e até 52 metros de largura, que começa dominar a navegação mundial. Caso estas obras não sejam realizadas o Complexo portuário vai perder navios para outros portos com consequências imprevisíveis para a economia de Itajaí, Navegantes e Santa Catarina”, diz Ayres.

         Para o superintendente, é uma questão de sobrevivência econômica acompanhar o aumento da escala dos navios no comércio marítimo mundial. “Os armadores investem em navios cada vez maiores, com maior capacidade de carga para reduzir o número de viagens”, acrescenta.

Em sua explanação, o oceanógrafo Fernando Diehl, da Acquaplan, empresa contratada para fazer o projeto de impacto ambiental da obra, apresentou o histórico das opções estudadas para os novos acessos e as razões que levaram ao modelo apresentado. Diehl discorreu ainda sobre as vantagens e desvantagens advindas da obra, os impactos ambientais e as medidas mitigatórias que irão compensar esses impactos.

No encerramento do encontro, o mediador da Fatma, Daniel Vinicius Neto, elogiou a organização e o transcorrer da audiência pública e agradeceu a presença do bom número de pessoas que participaram do encontro. Destacou-se, também, a clareza dos apresentadores que fizeram as explanações técnicas do projeto cujo impacto ambiental será agora considerado pela Fatma para concessão das licenças ambientais necessárias ao andamento do processo.


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