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Foto: Olivier Blanchet/DPPI/Divulgação
25/11/2013 | 08:47

IMOCA: Pequena diferença entre os barcos define o pódio

A classe IMOCA teve o resultado mais equilibrado da Transat Jacques Vabre 2013. Depois de 17 dias de regata de Le Havre, na França, até Itajaí, no Brasil, o PRB foi o primeiro a cruzar a linha de chegada na manhã deste domingo (24). O barco foi seguido de perto pelas equipes do Safran e Maître CoQ, segundo e terceiro lugares respectivamente. A diferença também foi pequena entre eles. O Safran cruzou a linha final quatro horas depois do campeão PRB. Colado no Safran apareceu o Maître CoQ, apenas 31 minutos atrás.

“Foi uma regata rápida e sem pausa para descanso”, emendou o campeão Jean Le Cam, que fez dupla com Vicent Riou no PRB.

A luta pelo segundo lugar foi definida no detalhe. O Safran se aproximou mais da terra na passagem por Cabo Frio (RJ) e se deu bem. Mesmo assim a vantagem foi pequena em distância. Nem cinco quilômetros separaram os dois barcos no último dia de prova para os IMOCA. O Safran, comandado por Marc Guillemot e Pascal Bidégorry, manteve média de quase 24 km/h nos 10 mil quilômetros de regata. O time do Maître CoQ, de Jérémie Beyou e Christopher Pratt, foi praticamente igual.

“Foi um duelo decidido nos detalhes, o que mostra a força da classe IMOCA. São barcos praticamente idênticos, o que dá mais emoção à disputa, já que são os velejadores que precisam adotar as melhores estratégias para fazer o barco andar mais. Acredito que cada vez mais a categoria ganha força em toda Europa, não só na França. A presença desses modelos em provas como a Transat Jacques Vabre e Vandée Globe dá mais notoriedade”, destacou o francês Christopher Pratt, do Maître CoQ.

Os três primeiros colocados foram premiados no palco principal da Vila da Regata. Os velejadores desfilaram ao som do maracatu. Depois de receber o carinho do público, que lotou o espaço, os atletas foram tomar a primeira caipirinha para brindar a conquista. “Nunca vi nada disso. Foi uma emoção ver tanta gente me aplaudindo. Estou muito feliz pelo reconhecimento”, contou Christopher Pratt, do Maître CoQ.

O próximo a chegar será o Cheminées Poujoulat. O barco deve cruzar a linha até o final da noite deste domingo. Outros cinco barcos da IMOCA estão descendo o Atlântico se aproximando de Itajaí. Apenas o MACIF, que liderava a disputa quando quebrou em Salvador (BA), está fora da Transat Jacques Vabre.

 

IMOCA, grande classe

A imprensa internacional, principalmente a francesa, destacou a regata da classe IMOCA com bastante atenção. Afinal de contas, comandar um modelo de 60 pés na Transat Jacques Vabre ou numa Vandée Globe é como chegar à alta patente nas forças armadas, por exemplo. “Quem me dera se pudesse participar de uma travessia transatlântica em um barco de 60 pés com menos idade”, disse o campeão Vicent Riou, do PRB, campeão da Transat Jacques Vabre.

O velejador é um dos mais experientes do mundo e um verdadeiro ídolo na França. Vicent Riou se tornou referência para outros nomes da modalidade como Francois Gobbart, que também foi campeão de uma volta ao mundo em solitário. “A vela é muito especial. Quando comecei a praticar a modalidade entre os 14 e 15 anos de idade, eu lia tudo a respeito dos velejadores. Depois de 10 anos eu comecei a correr regatas com e contra os meus ídolos. A vida útil de um velejador é diferente dos atletas das outras modalidades”, completou.

No Brasil, a classe IMOCA (International Monohull Open Class Association) não tem representante e a chegada dos primeiros barcos a Itajaí torna ainda mais especial o evento. Os barcos de 60 pés ou 18,28 metros foram idealizados a partir de 1991 e se tornaram máquinas rápidas e sofisticadas. A nova geração e os mais antigos, como o próprio Vicent Riou, agitam a categoria.


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