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27/06/2013 | 08:50

ADJORI NO JAPÃO Colombo diz que a Coreia pode fechar acordo em breve

No primeiro dia em Tóquio – onde será assinado acordo histórico para a suinocultura de SC – o governador diz que a Coreia deve ser o próximo comprador

No primeiro dia de atividade da Missão Econômica catarinense que assina nas próxima horas um acordo de exportação inédito e histórico com o Japão para a exportação de carne suína – e que pode representar o fim de uma séria seguida de crises no setor – o governador Raimundo Colombo disse à reportagem da Agência Adjori que “a Coreia do Sul estava só esperando o Japão e acredito que muito em breve poderemos anunciar um acordo com os coreanos”. O governador concedeu entrevista aos jornalistas que acompanham a Missão no saguão do Hotel Imperial, no centro de Tóquio.

O acordo entre japoneses e catarinenses será assinado nesta sexta-feira (28), durante o Seminário “A Carne Suína de Santa Catarina/Brasil no Japão”, que também acontece no Hotel Imperial, uma promoção do Sistema Fiesc. Deverão comparecer 80 compradores e representantes das entidades japonesas responsáveis pela importação. Também estarão presentes o embaixador do Brasil no Japão, Marcos Galvão (que já foi escolhido como novo representante brasileiro junto à Organização Mundial do Comércio, em Genebra), e o ministro da Embaixada do Brasil em Tóquio, Alexandre Porto. A Agência Adjori fez contato com o adido da Agricultura na Embaixada brasileira, Gu temberg Barone, que vem acompanhando as negociações com os japoneses há muito tempo e em março de 2012 esteve em Santa Catarina acompanhando a primeira delegação do Japão interessada em importar carne suína. “É um momento histórico realmente”, disse Barone.

Acompanhe agora a entrevista concedida pelo governador Raimundo Colombo à Agência Adjori na manhã de quinta-feira em Tóquio (noite de quarta-feira no Brasil).

Adjori – Estamos melhorando em infraestrutura, especialmente na área de portos, mas ainda falta muito para fazer frente a todo movimento que esses acordos de exportação vão trazer, não é?

Colombo – Nossa maior limitação é a importação de grãos, dependemos muito disso, e em segundo lugar o acesso aos portos via rodoviária. Mas para isso temos um programa que vamos executar em parceria com as empresas porque vai aumentar de forma muito significativa o volume de vendas realizadas por Santa Catarina.

Adjori – Parece que estes novos contratos significam o fim de uma série de crises na suinocultura, que vem tropeçando desde 2004. A agroindústria vislumbra negócios para já, mas como fica o pequeno produtor?

Colombo - O ganho é muito grande, porque primeiro você vai poder fornecer para o mercado que é o maior importador de carne suína do mundo. Do Brasil, só Santa Catarina pode exportar, o Paraná e o Rio Grande do Sul não poderão. Isso então dá um diferencial para o nosso mercado muito forte. Então vai haver um preço, um ganho no valor, porque a carne japonesa é um corte nobre, eles pagam melhor. O segundo aspecto fundamental é a estabilidade. Hoje nós vendemos para mercados que são muito instáveis, e isso derruba o preço – por isso vivemos crises permanentes. Então esta é a maior conquista da história da sui nocultura catarinense, e isso vai naturalmente passar por um preço maior. E os frigoríficos precisam estimular o aumento da produção e para estimular o produtor a investir tem que haver ganho, tem que haver preço. Não tenho dúvidas que vamos estabilizar o mercado, é uma oportunidade que nunca tivemos em toda a cadeia de produção.

Adjori – Para o pequeno produtor o senhor anunciou uma diminuição temporária do ICMS. Por quanto tempo eles terão esse benefício?

Colombo – A diminuição do ICMS de 17% para 2% é só para o produtor independente. Isso para o Estado não é bom porque é a carne ‘in natura’ que vai para outros Estados. Mas como eles estão com uma dificuldade circunstancial, dentro de 20, 30 dias esta realidade já se altera, porque a Croácia já confirmou a compra, então nós vamos conceder por mais 30 dias. Isso significa que de R$ 30 que o produtor paga de ICMS por cabeça, ele vai pagar só R$ 5. Mas isso não pode ser permanente porque senão você estimula a transformação em outro Estado e vem o produto acabado para concorrer com o nosso que paga impost o cheio.

Adjori – O Japão é referência mundial em importação. Quando eles compram, outros países também fazem o mesmo. Isso pode acontecer com relação à carne suína?

 

Colombo – A gente tem uma expectativa muito forte da Coreia, a gente já esteve lá e eles só estavam esperando uma decisão daqui. E a China a gente só vai por Hong Kong – a gente não faz a venda direta, o que poderemos fazer dentro de pouco tempo. Então, a conquista da Ásia no mercado da carne suína é realmente uma vitória extraordinária. 


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