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Geral
02/05/2013 | 10:36

Pesquisador da Univali realiza primeiro mergulho pela expedição Iata-Piuna

 

As 9h da manhã do dia 30, às 8h no Brasil, descia, o submersível Shinkai 6500 para a primeira exploração da Elevação do Rio Grande, uma grande montanha no fundo do Atlântico Sul, na altura do Estado do Rio de Janeiro, com profundidade entre mil 4 mil metros. A bordo, o professor e pesquisador da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Jose Angel Alvarez Perez, que tem como ponto de exploração o chamado de "Coral Garden" devido a expectativa que havia de se encontrar concentrações de corais de águas profundas nessa área. Duas horas depois o submersível toca o fundo do canyon, a 1,2 mil metros de profundidade e numa temperatura ambiente de 3,2ºC.

 

O mergulho integra a expedição Iata-Piuna, que conta, ainda, com a participação de mais um pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), o professor e pesquisador André Oliveira de Souza Lima, e que pode ser conferido, na internet, pelo www.univali.br/diariodebordo. No endereço são postadas atualizações, diárias, do grupo que realiza a primeira exploração da margem continental brasileira e oceano adjacente utilizando um submersível tripulado. Além disso, na página, também está disponível, no link: "Coordenadas", um sistema que permite o monitoramento do deslocamento do navio japonês Yokosuka, responsável pelo transporte do grupo.

 

Durante o mergulho foram coletados amostras de água e sedimentos. Cumprida a primeira missão o Shinkai realizou a subida pela encosta do canyon onde paredes rochosas, quase verticais, recobertas, por corais reluzentes de forma arborescente, se elevam formando grandes precipícios. O espaço, habitat de muitas outras espécies, forma um verdadeiro jardim sustentado pela corrente que traz alimento para todas as formas de vida. “A riqueza de vida desse ambiente é, realmente, inacreditável. Nossa expectativa é que o estudo do que pudemos observar e a analise das amostras possam revelar mais sobre a diversidade e sobre como a vida é possível no topo dessa grande montanha submersa do Atlântico Sul”, relatou Angel.

 

A expedição Iata-piuna, teve inicio no dia 9 e segue, até 27 de maio. Durante a expedição o grupo da Univali realiza estudos biológicos e geológicos de mar profundo na Bacia de Santos, Elevação do Rio Grande e Dorsal de São Paulo. A iniciativa é a primeira exploração da margem continental brasileira utilizando um submersível tripulado, o Shinkai 6500. Atualmente, este é um dos poucos equipamentos, no mundo, capaz de levar até três tripulantes seis mil metros abaixo da superfície do oceano, produzir imagens em alta resolução das áreas pesquisadas, além de coletar, por meio de braços robotizados, organismos de diferentes tamanhos e amostras de água e solo marinho.

 

Os resultados obtidos alimentarão o conjunto de informações já publicadas pelo grupo da Univali na área do projeto Mar-Eco Atlântico Sul, que têm atividades apoiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).

 

O projeto fortalece, ainda, o grupo de pesquisa estabelecido como produto do Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica entre os governos japonês e brasileiro em 1985 e ocorre por meio de Acordo de Implementação entre o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), Serviço Geológico Brasileiro (CPRM) e a Japan Agency for Marine-Earth Science and Technology (Jamstec), coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores e sob a interveniência do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm).

 

 

Lego tem versão do Shinkai 6500 para colecionadores

 

Em fevereiro de 2011, colecionadores japoneses de Lego foram surpreendidos com um lançamento exclusivo no país. Era uma réplica do Shinkai 6500, submarino tripulado que chega a 6,5 mil metros de profundidade para estudar o fundo do mar. Com 413 peças, o submarino, com produção limitada de 10 mil unidades, foi um marco nos 79 anos de história da Lego. Pela primeira vez, a concepção do brinquedo não saiu dos portões da sede da empresa, na pequena Billund, cidade de cerca de 10 mil habitantes no sul da Dinamarca. O lançamento da versão do Shinkai 6500, para montar, foi fruto do engajamento e da criatividade dos fãs da Lego e do Shinkai.

 

Tudo começou no Cuusoo.com, site colaborativo que reúne, divulga e vende ideias de novos produtos a empresas como Nissan e Sony. Funciona assim: os usuários entram com as sugestões, que são submetidas a votação pelos membros. O Cuusoo apresenta as ideias mais votadas aos parceiros, que decidem se as lançam em escala industrial, pagando uma porcentagem do lucro ao criador. Foi o que aconteceu com o Shinkai. O projeto do usuário conhecido apenas como @guy ganhou o apoio de 10 mil membros. A Lego abraçou a causa e lançou seu primeiro produto oficial criado por um fã. O submarino foi um novo passo de um caminho que a empresa vinha traçando desde meados de 1998. Ao abrir a porta para a inventividade dos fãs, a Lego se recriou. E chegou a um patamar de lucro e relevância em que nunca havia estado.


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