terça, 16 de abril de 2024
Geral
12/01/2012 | 13:48

Importações responderam pela maior fatia das operações do Complexo Portuário do Itajaí em 2011

 

Os volumes de importação operados no Complexo Portuário do Itajaí em 2011 superaram as exportações, o que mostra uma nova tendência. Foram 190.912 unidades cheias de exportação, ante 211.595 unidades cheias de importação. A proporção se repete se analisados os terminais individualmente. A movimentação de contêineres vazios, por outro lado, registrou maior volume de embarque e menor volume de desembarque, resultado direto do aumento das importações e redução das exportações. Ao todo, o Porto Público e demais terminais instalados às margens do Rio Itajaí-Açu movimentaram 983,98 mil TEU´s (Twenty-foot Equivalent Unit – unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés), o que representou um crescimento acumulado de 5% em tonelagem geral movimentada – com 10,4 milhões de toneladas – e crescimento de 3% em contêineres.

Apesar do moderado crescimento registrado nas operações e do novo recorde, enchentes e a greve dos trabalhadores portuários avulsos impediram que o Complexo do Itajaí atingisse sua meta estipulada para 2011, de superar a marca de 1 milhão de TEUs movimentados. O diretor Executivo do Porto de Itajaí, Robert Grantham, diz que o Complexo iniciou 2011 com altas expectativas de crescimento nas operações, inclusive, com grandes probabilidades de superar a meta estipulada em janeiro, quando foi constatado um avanço de 33% sobre igual período do ano anterior. “Ao longo do ano as médias mensais sofreram variações bruscas para cima e para baixo, mas ainda assim, até agosto, acumulamos um crescimento geral de 12%, tanto em TEU´s como em toneladas”, diz o diretor.

Porém, segundo Grantham, com a enchente ocorrida em setembro a movimentação foi seriamente afetada, registrando um recuo de 23% no mês. “No momento em que se recuperava das perdas, a APM Terminals Itajaí foi atingida pela mais longa greve da história do porto, deflagrada pelo Sindicato dos Conferentes. O porto de Itajai permaneceu paralisado por longos e angustiantes 23 dias, de 27 de outubro a 19 de novembro, resultando na queda global de 25% na movimentação do mês, que só não foi pior pelo fato da Portonave ter absorvido boa parte da movimentação da margem direita, fazendo com que parcela da carga ficasse retida na região. Esses fatores impediram que atingíssemos nossa meta”, complementa o diretor.

 

Concentração de cargas– As escalas de navios fecharam em 1.194, ante 1.251 em 2010, com decréscimo de 5%, evidenciando a tendência de concentração de mais carga por navio, resultado direto das dragagens de aprofundamento. Foram 1.007 escalas de navios full contêiner de longo curso (redução de 3%), 77 escalas de navios full contêiner de cabotagem (aumento de 75%), 55 escalas de navios de carga geral (incremento de 8%), nove escalas navios com ganel líquido (retração de 44%), 32 escalas de navios de cruzeiro (recuo de 6%) e oito escalas de navios diversos.

            Se analisada a movimentação de cargas por terminal, constata-se que o APM Terminals Itajaí registrou crescimento de 15%, com 443,54 mil TEU´s movimentados, apesar das dificuldades enfrentadas com a enchente e a greve. A Portonave, em Navegantes, registrou um decréscimo de 5%, com movimentação de 539.559 TEU´s e o terminal privativo Braskarne fechou o ano com a movimentação de 104,34 mil e decréscimo de 42%, afetado basicamente pela forte queda na movimentação de congelados breakbulk na exportação.

O Teporti, por sua vez, registrou crescimento de 22%, com a movimentação de 76,12 mil toneladas e ênfase para as exportações. O Polyterminais, com operações focadas exclusivamente na movimentação de soda cáustica, registrou um decréscimo de 46%, com a movimentação de 35,81 mil toneladas, ante 67,13 mil toneladas no ano anterior. Já o terminal Trocadeiro não registrou movimentação de navios no ano. “Destaca-se que os terminais alfandegados a montante (Braskarne, Teporti e Polyterminais) que auferem receita também pela prestação de serviços na armazenagem e liberação de cargas de importação transferidas das áreas primarias”, completa Grantham.

            “Outros fatos dignos de registro ao longo do ano foram as operações experimentais com navios Panamax de 282 metros de comprimento, seguido das primeiras operações experimentais com navios Panamax de 294 metros, o que comprova que nosso complexo tem condições de operar com navios desse porto”, destaca o superintendente Antônio Ayres dos Santos Júnior. Ele elenca ainda como grandes conquistas a conclusão da dragagem de aprofundamento para -14 metros, que coloca o Complexo Portuário do Itajaí em nível de igualdade com os principais portos do Brasil e América do Sul, bem como as obras de reforço e alargamento do molhe norte ainda em andamento. “Vale ressaltar que o apoio incondicional da Secretaria de Portos da Presidência da República foi fundamental para que realizássemos estas obras”, diz Ayres.

 

Expectativas– Com relação às operações do Complexo Portuário do Itajaí em 2012, existe a expectativa de que seja superada a meta estipulada para o ano anterior, de 1 milhão de TEUs. “Existe expectativa inicial do setor para um avanço de até 10% na movimentação brasileira e o Porto de Itajaí deve seguir esse objetivo. Entretanto, esse número para nós é uma incógnita, uma vez que existe uma grande crise na Europa e desaceleração da economia de mercados importantes, como a China e EUA, além de expectativas na redução do PIB brasileiro. Dessa forma, qualquer projeção para 2012 ainda é prematura”, diz Ayres. 


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