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Geral
08/12/2011 | 10:13

Pesquisadores vão monitorar ocorrências de águas-vivas no litoral catarinense

 

Pesquisadores do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar da Universidade do Vale do Itajaí (CTTMar/Univali), em parceria com o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, realizarão monitoramento das ocorrências de acidentes com águas-vivas em todo o litoral catarinense durante este verão.

 

Os bombeiros terão a disposição, fichas de ocorrências e guias práticos de identificação das águas-vivas responsáveis pelos acidentes, assim como os tipos de marcas deixadas no corpo das vítimas. Além disso, serão distribuídas cartilhas, desenvolvidas pelos pesquisadores Vidal Haddad Junior e André Rosseto, do curso de Medicina da Univali, que orienta os banhista sobre as medidas de tratamento em caso de acidentes.

 

A ação é uma extensão do programa estabelecido em 1999, para os registros identificados no litoral norte do Estado. A iniciativa, coordenada pelo professor Charrid Resgalla Júnior, do Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental da Univali, é única no país e poderá servir, futuramente, como instrumento de prevenção e de saúde pública.

 

Sobre os acidentes

Acidentes por águas-vivas e caravelas são comuns em Santa Catarina por uma série de razões, que incluem época de reprodução dos animais, temporadas de veraneio e até a temperatura da água.

 

Muitos deles ocorrem durante os meses de janeiro e fevereiro, especialmente nas praias do Sul do estado. O perfil destes acidentes já está estabelecido e sabe-se que a hydromedusa (Olindias sambaquiensis) é responsável pela maioria dos registros.

 

Dor e sensação de queimação, causada por envenenamento, são os principais sintomas. Eles podem ser tratados com medidas de primeiros socorros simples, como aplicação de água do mar gelada e compressas de vinagre.

 

Serviço

O que já se sabe sobre as águas-vivas, suas ocorrências e tratamentos:

 

·         A espécie que representa mais de 90% dos casos de acidentes com banhistas é uma hydromedusa conhecida cientificamente como Olindias sambaquiensis. Ela é comum na costa brasileira e argentina. É arredondada, tem tamanho máximo de dez centímetros e tentáculos curtos de coloração alaranjada;

·         As crianças são as principais vítimas por permanecerem mais tempo na água;

·         As irritações provocadas por esta espécie é são amenas em comparações com outras águas-vivas menos frequentes, mas podem estragar seu dia de praia caso a concentração deste organismos seja muito elevada;

·         As reações da pele restringem-se a eritemas e edemas (vermelhidão e inchaço) arredondados;

·         O tratamento destas irritações é simples, com o uso de vinagre caseiro, água do mar resfriada, lidocaína tópica e mentol para aliviar a coceira;

·         Não é recomendado usar água doce ou urina imediatamente após o contato pois pode agravar a irritação;

·         A ocorrência é maior no litoral centro-sul de Santa Catarina, e normalmente aparecem em grande quantidades em temporadas em que a água do mar apresenta temperaturas mais quentes que o normal;

·         Sua ocorrência no litoral norte é mais rara, mas existem registros de alta incidência em temporadas com um maior número de frentes frias, indicando que estes organismos são transportados do sul para o norte;

·         A partir de registros de observadores de bordo científicos na frota pesqueira, que atuam no estado por meio de convênio do Grupo de Estudos Pesqueiros da Univali com o Ministério da Pesca e Aquicultura, observou-se que a distribuição destes organismos está concentrada na costa do Paraná e Santa Catarina e entre as profundidades de 25 a 50 metros. Estes dados indicam as áreas de reprodução da espécie e que seu transporte para a costa é promovido pelos ventos e correntes dominantes no verão.


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