Mães que por amor dedicam a maior parte do seu tempo a cuidar e a proteger seus filhos tão especiais

Ser mãe é a tarefa mais prazerosa e feliz na trajetória de uma mulher e muda completamente a sua rotina. Para mães de crianças portadoras de necessidades especiais então, esse tempo integral de dedicação e cuidado não dura apenas enquanto as crianças são pequenas, enquanto não falam, não andam e enquanto são consideradas incapazes para realizar as tarefas do dia a dia e ser responsáveis por eles mesmos. Esse “trabalho”, se assim pode ser chamado é uma tarefa que elas realizam o tempo todo. É ser uma mãe em tempo integral e muito, muito especial.

Na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Itajaí (APAE), há mais de 30 anos foi fundado o Clube de Mães, um espaço onde elas se reúnem e conseguem ajudar a instituição, superar as dificuldades e arrecadar dinheiro para contribuir com a APAE. Segundo a coordenadora Luiselena Fetter o clube funciona como um espaço de produção e socialização entre as mães. “Buscamos nesse espaço momentos de afeição e união. A APAE precisa de nós e nós precisamos dela para nos sentir próximas à nossos filhos”, ressalta. A atenção  e o cuidado com os filhos é intensificado de acordo com Luiselena. “Eles são os nossos melhores presentes. É um cuidado quase eterno”. Para Dalma de Jesus que tem mais duas filhas, além do filho de 25 anos que é aluno da APAE, não existe diferença de amor mas afirma que o cuidado é sim, muito maior. “Dedico meu tempo mais a ele do que com as meninas. Elas sabem se defender melhor, minha preocupação com ele sempre será maior”, comenta.

Elas buscam fortalecer o vínculo entre elas, manifestar sentimentos de respeito, reconhecer e valorizar cada uma, além de favorecer o clima de harmonia, potencializar a auto-estima e incentivar a solidariedade para alcançar alguns dos objetivos em comum. O bem estar dos filhos é o maior bem que elas conseguem conquistar. Há 15 anos fazendo parte do Clube de Mães, Dalma fala também do espaço, do bem estar e do desejo de continuar contribuindo por muito mais tempo. “Sinto-me muito bem aqui, mexendo nos tecidos, vejo que estou contribuindo, sabendo que a qualquer momento posso estar perto do meu filho e que posso ajudá-lo. Não quero e não consigo ficar longe dele e sei que ele também não. Quando chega a terça-feira ele já acorda e pergunta se venho para cá, que horas e quando ele vai me encontrar. Ele também sente-se muito seguro com a minha presença”, explica.

O trabalho no Clube de Mães é voluntário e toda a renda é revertida para a instituição. O Clube já passou por várias modificações e hoje trabalha exclusivamente com a produção e a venda de estopas para postos de gasolina e indústrias de Itajaí. Elas produzem aproximadamente 10 quilos de estopas por semana e o quilo é vendido por R$2.50. O material para vem de doações de empresas têxteis, lojas de tecidos e costureiras, Dalma lembra a importância da doação. “Trabalhamos voluntariamente e precisamos das doações. Foi por elas que nosso trabalho rendeu não só benefícios para a APAE como também conseguimos comprar uma maquina de overloque nova”, relembra Dalma.

O momento de descontração é o que também motiva outras “mães”, essas, voluntárias, que não tem filhos na APAE a participar do Clube de Mães. Dona Lurdes Gomes diz que é uma alegria imensa fazer parte do grupo e que apesar de não ter filhos na APAE ser mãe é partilhar a alegria em qualquer lugar.  “Somos mães também de coração. Dedico minhas terças-feiras a ajudar-las porque também sou ajudada. A APAE também organiza café da tarde, com lanches para tornar o dia ainda mais agradável para elas.