“Meu Deus! Eu tô correndo de novo”! As palavras emocionadas são de Gilson Serpa, paratleta da Fundação Municipal de Esportes e Lazer de Itajaí. Gilson sofre de uma doença degenerativa que o fez perder os movimentos do corpo, obrigando o atleta a andar de cadeira de rodas. Mas ele voltou a sentir a sensação de liberdade, que há muito tempo não sentia.
Nesta terça-feira (05) a técnica Aline Barros apresentou uma novidade ao paratletas de Itajaí: a Petra. Trata-se de uma tricicleta que possibilita às pessoas com paralisia cerebral ou com deficiência física nos membros inferiores utilizarem o pouco de mobilidade para se locomover. Não existem pedais, eles se apóiam em uma armação com três rodas anexadas a um suporte para o seu corpo e assim se movimentam.
“Foi uma experiência incrível. Os nossos atletas percorreram toda a quadra do Ginásio Gabriel Collares e podíamos sentir nos olhos deles a emoção de poder se libertar da cadeira de rodas e se mover com o auxílio da Petra” conta a técnica. O atleta Fernando Wolfran, com paralisia cerebral, também se adaptou bem à Petra e deu diversas voltas pelo ginásio.
Aline adquiriu a tricicleta no último fim de semana, quando participava do 3° Curso de Capacitação Técnica em Esportes para Pessoas com Paralisia Cerebral realizado pela ANDE – Associação Nacional do Desporto para Pessoais com Deficientes em Curitiba. O equipamento é uma ótima ferramenta para a qualidade de vida dos paratletas e para o preparamento físico.
A modalidade ainda é pouco conhecida no Brasil. Somente no Rio de Janeiro existe uma competição utilizando a Petra. Em Itajaí, por enquanto a tricicleta será utilizada como uma ferramenta de estímulo aos atletas. “Já estamos estudando a possibilidade de modificar a Petra deixando-a mais leve e confortável. Tudo vai depender do desempenho dos atletas para que a nossa equipe também possa competir nesta modalidade”, explica Aline.