quinta, 18 de abril de 2024
Geral
Pedro Paulo Gonçalves
23/11/2010 | 00:00

Alta Complexidade é debatida em audiência na Amfri

Três encaminhamentos foram tomados na audiência pública para tratar da alta complexidade na Região da Amfri.

 

Duas são decisões técnicas e uma política. O primeiro passo, anunciou o Deputado Estadual Dado Cherem, autor da audiência promovida pela Assembleia Legislativa, é uma vistoria conjunta entre técnicos da Secretaria de Estado da Saúde e do Conselho de Secretarias Municipais (Cosems) no Hospital Universitário Pequeno Anjo para avaliar a capacidade física e as instalações.  

 

Quando a Região da Amfri for credenciada para receber a alta complexidade, os serviços serão prestados no Hospital Pequeno Anjo, que desde 2002 é administrado pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). A data da vistoria deve ser agendada entre os representantes das duas instituições esta semana.

 

O segundo passo deve partir do Conselho Municipal de Saúde, que oficiará o Poder Público Municipal de Itajaí para que inicie o pedido de credenciamento do Pequeno Anjo para a alta complexidade.

 

Cabe à prefeitura provocar a Secretaria de Estado da Saúde para ver de onde sairão os recursos financeiros, se há possibilidade de transferência de recursos ou se é necessário buscar dinheiro novo.

 

O terceiro passo é a mobilização política. A intenção é tentar uma audiência conjunta entre o atual governador, Leonel Pavan, o governador eleito, Raimundo Colombo, o Secretário de Estado da Saúde, Roberto Hess de Souza, e o novo secretário da Saúde para, juntos, discutirem os investimentos, o credenciamento e os custos para a implantação do serviço.

 

“Primeiro é preciso credenciar e depois liberar os recursos para a estrutura física do Hospital. A região comporta o serviço de alta complexidade e eu estou otimista que a gente consiga implanta-lo. Vejo o sofrimento grande das famílias quando precisam lidar com essas doenças. E não há nada mais perverso do que separar uma criança de sua família em um momento de dor”, falou Dado Cherem.

 

 

As manifestações

 

A audiência pública para discutir a alta complexidade foi repleta de manifestações positivas. Autoridades políticas, universitárias e profissionais médicos concordaram que é possível credenciar o Pequeno Anjo para receber os serviços de alta complexidade, especialmente nas áreas de ortopedia, neurocirurgia e cardiologia.

 

“Temos dois princípios básicos: o Hospital apresenta condições mínimas e o município e o Estado manifestaram-se favoráveis. Antevejo com reais possibilidades e sem que haja grandes investimentos”, manifestou-se o doutor Celso Dellagiustina, presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Consems).

 

O prefeito de Itajaí, Jandir Bellini, a vice-prefeita, Dalva Maria Renhius, a prefeita de Camboriú, Luzia Coppi Mathias, e o reitor da Univali, doutor Mário César dos Santos, também enalteceram a iniciativa e colocaram-se à disposição para auxiliar no que for necessário.

 

Após aberta a palavra para os presentes, diversos profissionais médicos manifestaram-se favoráveis e solidários à implantação do serviço.

 

“Não se consegue deixar uma banqueta em pé sem que ela tenha três pernas, e vejo aqui que esse tripé existe: a parte técnica da Universidade, que qualifica o Hospital, a carência da região manifestada nas famílias que precisam dos serviços e também vejo a força política manifestada pelo Deputado Dado”, declarou o cirurgião cardíaco Milton Santoro.

 

A presidente da comunidade empresarial, Maria Isabel Pinheiro Sandri, declarou que a comunidade empresarial estará “junto na batalha”. A vereadora de Itajaí, Susi Bellini, afirmou que levará a discussão para o Parla Amfri, entidade que congrega os 111 vereadores da Região da Foz do Rio Itajaí.

 

 

O Pequeno Anjo

 

A presidente da Associação das Voluntárias pela Infância Saudável (Avisa), doutora Átila Provesi, fez uma radiografia do Hospital Pequeno Anjo. A instituição atende 4,6 mil crianças por mês, possui 93 leitos e 182 colaboradores. Destes, 51 são médicos. De 2002 a 2009 foram atendidas 360 mil crianças, sendo 75% (270 mil) pelo SUS.

 

“Mas nem tudo são flores: temos um déficit de R$ 31 milhões. Os recursos estaduais são destinados para reformas e ampliações. A prefeitura de Itajaí disponibiliza R$ 70 mil por mês para o pagamento dos médicos e a Avisa, com campanhas, bazares e call center, ajuda com mais R$ 70 mil/mês”.

 

Doutora Átila avaliou que o Hospital possui boa estrutura física e equipamentos para receber a alta complexidade, mas tem despesa mensal de R$ 400 mil e isso precisa ser equacionado. Ao finalizar sua fala, fez um elogio à iniciativa do Deputado Dado Cherem:

“Quero dizer que o senhor sempre foi muito parceiro e o Hospital chegou aonde chegou pela sua coragem”.

 

O Deputado Dado Cherem encerrou a audiência pública, após uma hora e meia de debates, reafirmando sua convicção de que é possível implantar o serviço de alta complexidade na Amfri.

 

No próximo ano o Deputado fará mais duas audiências, uma em Criciúma e outra em Lages para tentar implantar a alta complexidade em pediatria também nessas duas cidades. Atualmente apenas Florianópolis e Joinville possuem o serviço.


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