Não há rua da região central da cidade, que já não passou por um “recorte” provocando congestionamento. Mas junto com os transtornos que as obras ocasionam, vêm os benefícios, mesmo que futuros. Itajaí está a caminho de uma nova realidade no saneamento básico. O projeto de implantação para uma rede coletora de esgoto vai beneficiar dez bairros do município. As obras estão sendo financiadas pelo Governo Federal, através do BNDES e Caixa Econômica Federal.

Dados divulgados pelo Ministério Público apontam que Santa Catarina ocupa a penúltima posição em tratamento de esgoto entre os estados brasileiros. Em municípios, como o de Itajaí, os esgotos das residências e demais edificações funcionam com filtros e fossas, neste sistema os resíduos sólidos são jogados diretamente no solo, não passam por tratamento.

O Semasa (Serviço Municipal de Água, Saneamento Básico e Infra Estrutura), desde o ano passado está realizando obras para mudar esta realidade. Está sendo realizada a implantação de uma rede coletora de esgoto no município. “Com a conclusão da obra, a rede de esgoto vai coletar e tratar todo o resíduo dos imóveis e dar o destino correto a eles. Em longo prazo teremos o aumento na qualidade de vida, valorização dos imóveis e também os benefícios ambientais”, destaca o Diretor do Semasa, Flávio Faria.

Obras

Primeiro é realizada a colocação da tubulação, depois que esta etapa for concluída o morador deve ligar o esgoto do seu imóvel com a rede que vai enviar todo o resíduo para uma estação de tratamento de esgoto. “É nesta estação que os resíduos sólidos e poluidores serão removidos e a água volta para o meio ambiente sem a poluição”, explica Flávio.  

A implantação da Rede Coletora de Esgoto está sendo realizada em etapas. As obras da primeira etapa, que já estão sendo feitas, abrangem os bairros: Praia Brava, Fazenda, Fazendinha, Cabeçudas, Centro e parte da Vila Operária, que compreende 35% da população. Mais da metade da obra já está concluída, a previsão é que na metade do ano que vem esteja pronta. O investimento total será de R$ 35 milhões.

A segunda etapa abrange a região do Ribeirão da Murta, esta obra deve ser iniciada ainda este ano e tem a conclusão prevista para 2013, o valor do investimento é de R$ 6 milhões. A terceira etapa, que contempla a região de Cordeiros e São Vicente deve iniciar em 2011 e terminar em 2013. Esta etapa está em fase de assinatura de convênio com o governo federal, com valor aproximado de R$ 45 milhões. A quarta e última etapa está em fase de elaboração de projeto e compreende o bairro Cidade Nova e ainda não tem valor definido, nem previsão de início e conclusão.   

Para o Diretor do Semasa, a falta de investimento ao longo dos anos dos órgãos responsáveis pelo saneamento básico, se deu por se tratar de obras caras e demoradas. “O Semasa existe há sete anos e em pouco tempo, já realizou muitas obras importantes para Itajaí, inclusive com o esgoto sanitário. Nossa orientação é que os moradores e motoristas tenham ainda mais paciência durante as obras. É um transtorno passageiro e que vai se transformar em beneficio no futuro. Rede de Esgoto pode gerar transtorno hoje, mas qualidade de vida amanhã”, finaliza Flávio.

Esgoto

É formado por 99,9% de água e 0,1% de poluição. Só que esta poluição é tão concentrada que pode causar desastres ecológicos. Quando o esgoto é lançado na natureza, sem nenhum tratamento prévio, a decomposição ocorre de forma mais lenta e causa prejuízos à saúde e ao meio ambiente.

É para agilizar este processo, que existem as estações de tratamento. Uma estação é uma imitação do que ocorre na natureza. É um conjunto de unidades, onde se acelera o processo de degradação de maneira controlável, sem causar problemas para o ambiente