A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou ontem (10) o início da fase pós-pandêmica da gripe A. Isso significa que o vírus continua circulando no mundo, mas junto com outros vírus sazonais (da gripe comum) e em intensidade diferente entre os países. Alguns deles, como Índia e Nova Zelândia, ainda têm apresentado epidemia pela gripe H1N1.
Em Itajaí, estratégias bem sucedidas, como a abertura de um Centro de Atendimento a Gripe A, o treinamento constante dos profissionais envolvidos e as inúmeras orientações a estudantes, professores e trabalhadores de diversas empresas da cidade, contribuíram para que nenhum óbito causado pela doença fosse registrado.
O acompanhamento dos casos suspeitos feito por técnicos da Vigilância Epidemiológica do Município é apontado pela Vice Prefeita Municipal, Secretária de Saúde na época da Pandemia, como a mais importante ação. “Nossos enfermeiros tinham contato direto com os pacientes registrados como suspeitos, principalmente as gestantes e doentes crônicos, que fazem parte do grupo de risco”, explica a Vice Prefeita.
Outro ponto importante destacado pela Vice é o comparecimento da população durante a Campanha Nacional de Vacinação contra o vírus H1N1. Em Itajaí, quase metade da população está protegida. Foram 84.250 pessoas imunizadas, número correspondente a 48,5% da população. A meta de vacinação foi cumprida em todas as faixas etárias determinadas pelo Ministério da Saúde.
Segundo ela, Itajaí foi referência para muitos municípios que também enfrentaram a Pandemia. “Fomos uma das primeiras cidades a montar o Centro de Atendimento e Triagem, tínhamos um estoque suficiente de medicação e nossos profissionais trabalhavam devidamente protegidos com luvas e máscaras. Pensamos em cada detalhe para alcançarmos o objetivo de não registrar morte causada pela doença e todos pacientes infectados pelo vírus H1N1 responderam bem ao tratamento e foram curados”.
Santa Catarina contabilizou de 2009 até o momento 5034 casos da doença. Deste total, 148 foram a óbito. Em Itajaí, no ano passado, foram 329 casos suspeitos investigados pela Secretaria Municipal de Saúde. Deste total, 221 eram moradores de Itajaí e 108 residiam nos municípios que compõem a AMFRI. Do total de casos suspeitos, 67 foram confirmados para Influenza A - H1N1, os demais foram negativos.
Neste ano, até o momento, já foram investigados 113 casos suspeitos, sendo 64 de Itajaí e 49 de outros municípios. Deste total, 111 são negativos para Influenza A H1N1. Os dois casos positivos são os chamados casos importados, pois os pacientes contraíram a doença durante uma viagem ao Estado do Paraná. Eles foram tratados no Hospital do Coração de Balneário Camboriú, residem em Itajaí, já estão curados e passam bem.
De acordo com a OMS, o monitoramento epidemiológico mostrou que o vírus H1N1 não sofreu mutação para formas mais letais. A resistência ao antiviral não se desenvolveu de forma importante e a vacina se mostrou uma medida eficaz para proteger a população.
Essas evidências contribuíram para a decisão de mudar o nível de alerta para fase pós-pandêmica. No entanto, a OMS alerta que, mesmo com a mudança de nível, o monitoramento e as ações preventivas devem continuar, especialmente em relação aos grupos mais vulneráveis a desenvolver formas graves da doença, como gestantes, portadores de doenças crônicas e crianças menores de dois anos.
Crianças devem tomar segunda dose da vacina
Mais de 3 mil crianças estão com a dose de reforço da imunização contra o vírus H1N1 atrasada. Quem tem entre seis meses e quatro anos e doentes crônicos com até oito anos precisam tomar a segunda dose no máximo 30 dias depois da primeira.
“Vamos aproveitar a campanha da Poliomielite para incentivar pais e responsáveis a levar as crianças que já receberam a primeira dose, mas ainda não tomaram a segunda dose da vacina”, declarou a Vice Prefeita.
Na primeira etapa, foram imunizadas 12.562 crianças saudáveis de seis meses a dois anos e doentes crônicos até oito anos de idade. Até o momento foram aplicadas 9.429 segundas doses.