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18/06/2010 | 00:00

Violência nas escolas de Itajaí preocupa Poder Público e Sociedade

 

 

Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe que eles são capazes também de praticar pequenas e grandes perversões, principalmente num ambiente em que eles estejam em turma. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas "imperfeições" e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que imaginamos.

 

Em conseqüência dos recentes acontecimentos de violência nas escolas do município, medidas estão sendo tomadas por parte do poder público para minimizar o problema. A Secretaria de Segurança e a Prefeitura estão trabalhando em prevenção em torno das escolas com um serviço de inteligência e uma pesquisa em parceria com a Univali. O bullying ou violência moral é um problema que acontece e sempre esteve presente nas escolas. Atualmente a Secretaria Municipal de Educação está atenta a este problema e está monitorando todos os eventos que acontecem nas unidades educacionais da Rede Municipal.

 

O que é Bullying?

 

Esse comportamento não é novo, mas a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como "intimidar" ou "amedrontar"). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica.

 

A jornalista Simone Castro conta que quando tinha 11 anos se mudou para Santa Catarina e sofria preconceitos por ser gaúcha. Era ridicularizada pelo sotaque. Por ser uma criança tímida sentia dificuldade de se enturmar e participar de trabalhos em grupo e praticar esportes nas aulas de educação física. Conta que era sempre a última a ser chamada para os grupos, era a criança que sobrava. “Sobrou você então vem né?”, conta a jornalista.

 

Pesquisas realizadas

 

Pesquisas tem mostrado que instituições  educacionais não tem conseguido enfrentar a violência social das mais variadas categorias. Vai desde o uso da pulseirinha do sexo até atos de agressões físicas. “Para implementar políticas  de prevenção à violência e proporcionar o desenvolvimento  saudável de nossas crianças e adolescentes, contrapondo as práticas que a sociedade vem produzindo nos padrões de violência, tais como agressão verbal e corporal, brincadeiras estúpidas, depredação do patrimônio público, roubo, uso de drogas lícitas e ilícitas, intimidações, pichações, assédio de gangues e para identificar que tipo de violência estão ocorrendo em nossas escolas a Secretaria Municipal de Educação está em parceria com a Faculdade de Psicologia da Univali, desenvolvendo uma pesquisa para solucionar o problema”, explica Eli Andrade da Silva, Assessora de Gabinete da Secretaria Municipal de Educação.

 

Na opinião do Secretário de Segurança de Itajaí, Carlos Ely Castro, os recentes acontecimentos são provenientes da má educação desses adolescentes dentro da própria casa e do consumo de drogas. “O problema está no caráter, na personalidade destas pessoas”, afirma. A violência nas escolas resulta dos problemas de adaptações sociais. A escola muitas vezes deixa de cumprir a sua função social, devido as exigências da família. No meio desta indefinição, quem ensina os valores como respeito, amor, companheirismo e cidadania? É a escola ou a família? Os professores ficam confusos e atuam conforme aquilo que observam e agem da melhor maneira possível para colaborar com a formação destes alunos.

 

As principais causas da violência apontadas por pesquisas realizadas pela Secretaria de Educação são: a família - as crianças exteriorizam a pobreza, a violência doméstica, alcoolismo, desagregação dos casais, etc; os alunos - muitos pais e alunos não concordam com as normas da escola e por isso se revoltam; os grupos e turmas - as famílias hoje estão cada vez mais desagregadas, muitos se sentem só, logo formam grupos a partir de interesses e motivações diversas, com o intuito de serem respeitados e terem prestígio perante a comunidade escolar;  a escola - muitas vezes a escola exclui o aluno com menos capacidade intelectual, são estigmatizados e esquecidos no fundo da sala.

 

Assunto em discussão:

 

Na quarta-feira ocorreu uma reunião extraordinária do Consegur – Conselho Municipal de Segurança – um conselho amparado por lei que tem poder deliberativo. Na ocasião participaram representantes do poder público e também de instituições como Univali, OAB e Polícia Federal onde foi discutida a situação atual de violência nas escolas e formações de gangues. Durante o encontro o Presidente da União dos Estudantes Secundaristas de Itajaí, Alex Nerival Vieira, apresentou um projeto inédito de participação voltado ao resgate dos jovens e inclusão em campanhas direcionadas contra a violência e a insegurança.

 

Os conselheiros decidiram que irão solicitar ao Governo do Estado ações envolvendo a Segurança Pública e medidas urgentes como policiamento, estrutura de trabalho, capacidade de resposta prisional, ações de inteligência e monitoramento eficazes. O Secretário de Segurança, Carlos Ely de Castro, voltou a enfatizar a necessidade de criação de uma Guarda Comunitária, concursada com academia, devidamente preparada para preservar o direito de ir vir e agir dos cidadãos de bem de Itajaí. “Todos acreditam na inclusão social e educação, mas convergem por uma ação com respostas ao ilícito penal”, conclui.

 

O que algumas pessoas pensam sobre a violência nas escolas:

 

Eli Danieli Luz Cardoso, Do lar - Um dia meu filho chegou da escola dizendo que tinha levado um soco das meninas. Fui até a escola falar com a professora e lá ninguém deu a mínima. Ele chegou em casa todo roxo, as costas e o braço.

 

 

Valéria Alfredo, Professora da Rede Municipal– Não me sinto segura. Muitas vezes os professores liberam os alunos mais cedo sem comunicar os pais. Eu não sei quando meu filho vai ser liberado ou não. E quando ele sai da escola mais cedo ele não vai para casa, ele fica lá pela escola.

 

 

Sandra Marquez, Estudante– Eu moro em Navegantes, lá por enquanto não existe esta preocupação. Meu filho vai para a escola e eu fico tranqüila sim.

 

 

Ariovaldo Amândio Rocchi Junior, Estudante– Nas escolas têm muita confusão. Acho que deveriam colocar mais seguranças nas escolas. Na minha opinião a culpa é da comunidade, os próprios moradores influenciam os alunos em sua má formação. Na minha sala têm fumantes, não fumam dentro da sala, mas fumam na rua.


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