quinta, 28 de março de 2024
02/03/2010 | 00:00

Cientistas decifram Hollywood

Desde a inven??o do cinema, h? mais de um s?culo, diretores e est?dios t?m quebrado a cabe?a para encontrar a melhor maneira de ?prender o espectador? ?s hist?rias que se desenrolam na tela. Astros e estrelas de cach?s milion?rios, efeitos especiais de encher os olhos, persegui?es de tirar o f?lego ? no campo est?tico, muita coisa j? foi testada, com maior ou menor ?xito. Faltava apelar ? matem?tica. Pois um estudo realizado na Universidade Cornell, nos Estados Unidos, aponta para uma esp?cie de ?f?rmula m?gica? que ajudaria a mergulhar o espectador no filme. O segredo estaria em um padr?o de varia??o conhecido como 1/f, que j? foi detectado em diversos outros campos do conhecimento, da biologia ? engenharia, passando pela m?sica e as artes visuais. Na psicologia, o padr?o 1/f seria usado para descrever as varia?es de tempos de rea??o humana e, por consequ?ncia, medir os n?veis de aten??o de uma pessoa que executa uma atividade qualquer. Os resultados sugerem que os filmes de Hollywood se tornaram cada vez mais formados por pacotes de tomadas com dura?es semelhantes" Se tal padr?o aparece em tantos exemplos comprovados, por que n?o estaria nos filmes de Hollywood, questiona o professor James E. Cutting no artigo ?Attention and the Evolution of Hollywood Film? (Aten??o e a evolu??o dos filmes de Hollywood), publicado em fevereiro no peri?dico ?Psychological Science?. ?Nosso objetivo como psic?logos ? usar os filmes para entender melhor a mente humana. Filmes s?o artefatos culturais extremamente populares, e acreditamos que sua estrutura deva se conformar ao que nossos sistemas visuais e cognitivos aceitam e compreendem?, justifica Cutting em entrevista. Em outras palavras, se h? um padr?o que molda o ritmo da aten??o humana, esse mesmo padr?o tamb?m deveria ? ou poderia ? ditar as regras no cinema. Para investigar a hip?tese, Cutting e os pesquisadores Jordan E. DeLong e Christine E. Nothelfer se debru?aram sobre 70 anos de hist?ria do cinema ? de 1935 a 2005 ? e elegeram 150 filmes ? dez a cada cinco anos ? para tentar encontrar esse padr?o. O foco do interesse dos pesquisadores eram as tomadas, ou seja, o conjunto de fotogramas registrados a partir de um mesmo ponto de vista da c?mera. ?Tomadas s?o as menores unidades de um filme para as quais os espectadores s?o convidados a dirigir sua aten??o?, justificam os cientistas no artigo. ?A forma das tomadas ? esculpida por diretores, diretores de fotografia e montadores [com] o prop?sito de controlar o olhar.? Considerando que um filme tem em m?dia 1.100 tomadas e que cada uma delas tem dura??o diferente, Cutting e sua equipe queriam detectar com que frequ?ncia determinadas tomadas se repetiriam ao longo da proje??o. Os detalhes da an?lise ? dispon?veis aqui para consulta - s?o complexos demais para os n?o-especialistas, mas as conclus?es s?o f?ceis de entender. ?Os resultados sugerem que os filmes de Hollywood se tornaram cada vez mais formados por pacotes de tomadas com dura?es semelhantes?, diz o estudo. ?Sequ?ncias de a??o s?o tipicamente um conjunto de tomadas relativamente curtas, enquanto sequ?ncias de di?logos (com tomadas alternadas seguidamente entre os personagens) tendem a ser um conjunto de tomadas maiores.? A pesquisa aponta ainda que cineastas e montadores v?m ?tornando as rela?es entre as tomadas mais coerentes ao longo dos 70 anos?.

Fonte: Globo.com

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