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Geral
13/02/2020 | 09:53

Os resultados do Pisa, liderança e o regime de colaboração, por Eliziane Gorniak

O último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) coloca o Brasil em 57º colocado em Leitura, 70º em Matemática e 65º em Ciências entre os 80 países e regiões participantes da avaliação. Um dado que chamou a atenção é que cresceu a diferença de pontuação entre os alunos brasileiros de maior e menor níveis socioeconômicos. Os resultados do Pisa revelam a necessidade urgente da Educação ser, de fato, prioritária no Brasil. Só assim serão criadas as condições que os profissionais da Educação e as inúmeras evidências científicas apontam como necessárias.

Entre as medidas está o aperfeiçoamento da governança federativa, ou seja, provocar mudanças que garantam maior articulação entre a União, os estados e os municípios e apoio à melhoria da gestão das secretarias de educação. A diferença de estrutura e de capacidade entre as secretarias de educação do nosso país impacta diretamente na capacidade de execução das políticas educacionais - em especial, quando falamos das secretarias municipais. 

Em Santa Catarina, o regime de colaboração entre secretarias municipais de educação que se unem para desenvolver ações articuladas está fazendo a diferença. O estado já conta com três Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADEs), ligados às associações de municípios da Grande Florianópolis, da Foz do Rio Itajaí e da Região Serrana, e um quarto Arranjo em fase de implantação envolvendo os municípios da região de Laguna. 

O aperfeiçoamento da governança federativa dependerá da atuação de lideranças capazes de construir pontes e romper barreiras conceituais, culturais e institucionais. Capazes de compreender e liderar mudanças provenientes de problemas de natureza interdependente, por meio da construção de consensos e estímulo à corresponsabilidade, em uma perspectiva de que para fazer o melhor uso do recurso público disponível para a área de Educação é preciso fortalecer o regime de colaboração entre os sistemas de ensino geridos pelos municípios, estados e Governo Federal. Também é preciso cada vez mais integrar recursos, talentos, programas e conhecimentos existentes entre os profissionais das redes de ensino, além daqueles disponíveis na sociedade civil e na academia. 

A educação brasileira precisa avançar. Que possamos utilizar os resultados do Pisa como uma mola propulsora para a adoção de medidas efetivas para a educação brasileira.


 

Por Eliziane Gorniak, diretora executiva do Instituto Positivo

 


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