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16/10/2019 | 10:24

'Eu estou sendo acusado de uma coisa que não existe', diz Julio Garcia

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), deputado Julio Garcia (PSD), se manifestou nesta terça-feira (15) sobre a citação de seu nome em inquérito da Operação Alcatraz da Polícia Federal. Garcia negou as conclusões da PF e disse que é inocente; além disso, afirmou que não há provas de que ele participou de esquemas ilícitos. Para a Polícia, há indício de que o deputado cometeu quatro crimes: integrar organização criminosa, corrupção ativa, ocultação de bens e fraude em licitação. 

Garcia disse que estava abatido na ocasião do “espetáculo do dia 30 de maio”, quando, segundo suas próprias palavras, se supunha que era o chefe de uma organização criminosa que desviava recursos públicos do Estado. Agora o sentimento é outro: indignação. "O motivo maior de investigação desapareceu", afirmou. "O que restou? A ilação de que eu sou sócio oculto de uma empresa e não há uma prova sequer que eu sou sócio", disse.

O desgaste para sua imagem de homem público já é grave e a situação pode piorar. Caso o Ministério Público Federal (MPF) acate a denúncia da PF e encaminhe para a Justiça, o parlamentar passará à condição de réu.

A investigação partiu de uma denúncia que apontava pagamento de propina em contratos da Secretaria de Estado da Administração. A Polícia Federal diz que os prejuízos aos cofres públicos chegam a R$ 1,4 milhão. O dinheiro seria desviado por licitação fraudulenta e pagamento de propina em contratos do setor de tecnologia. Duas pessoas estão presas. Além do deputado, o inquérito da PF indicia outras 20 pessoas. 

“Estou sendo acusado de algo que não fiz e que não há comprovação que tenha feito. O que me resta é ter a serenidade que tive desde o dia 30 de maio para continuar me defendendo. Confio na Justiça. Tenho certeza de que ao final vou provar a minha inocência. Por quê? Porque eu sou inocente”, disse o deputado. 

Repercussão

Mais confiante do que no início da investigação, o presidente da Alesc se mostrou incomodado com a reação de "qualquer pessoa que trate [o assunto] com irresponsabilidade". Citou os casos do prefeito da Capital, Gean Loureiro (sem partido), preso e solto em junho, e do ex-reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier de Olivo, que cometeu suicídio em meio às denúncias. "As pessoas brincam com isso. Isso não é brincadeira".  

Apesar do indiciamento, Garcia aposta na falta de provas para garantir a inocência. "Se o Ministério Público agir com isenção e olhar os processos em todos os seus detalhes, evidentemente que não haverá nem a denúncia", afirmou. 

Além disso, negou que pensa em deixar o comando do Legislativo. "Fui eleito por 40 deputados. Se algum deles desconfiar da minha lisura, se algum deles não confiar em mim, talvez eu pense", disse. Segundo ele, as manifestações após o relatório da PF foram todas positivas. 


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