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18/10/2018 | 13:50

Custo com transporte em Santa Catarina é quase 30% maior do que a média nacional

Segundo estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os custos com transporte do setor produtivo em Santa Catarina são cerca de 30% maiores do que a média nacional. Os dados apontam que, no Estado, 14% do faturamento das empresas é consumido pelos gastos com transportes; número que cai para 11% na média brasileira; e para 8,5% na média dos EUA. Segundo analistas, o motivo do encarecimento é a falta de infraestrutura adequada e competitiva.  

O custo com transporte é o principal gasto logístico das empresas. Corresponde a 49% dos recursos destinados a esse segmento. Em seguida, estão os gastos com estoque (35%), armazenagem (14%) e administração (2%). Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Mário Cezar Aguiar, os números mostram a urgente necessidade de investimento em rodovias, ferrovias e portos.

Entre 2008 e 2017, o governo federal destinou R$ 5,2 bilhões para a infraestrutura catarinense. Este valor representa 44,9% dos R$ 11,7 bilhões que estavam previstos para a área. R$ 6,5 bilhões ficaram pelo caminho. Dos recursos aplicados, 53% foi usado na ampliação do trecho sul da BR-101, a única rodovia federal duplicada em Santa Catarina.

Com a intenção de reverter este cenário, empresários de diversas áreas lançaram, em conjunto, o Conselho Estratégico para Infraestrutura de Transporte e Logística Catarinense. A nova estrutura foi apresentada nesta quarta-feira (17) e conta com a participação de mais de 30 entidades, federações, empresas, autarquias, poder público etc.

"O setor produtivo vai informar ao governo estadual e federal os problemas que podem impactar negativamente na indústria e precisam ser corrigidos. Este Conselho tem a finalidade de levantar as necessidades, quantificar a implementação das melhorias, e colocar em ordem de priorização para que o governo possa então implementá-las", disse Aguiar.

"A nossa proposta é fazer com intermodalidade, contemplando todos os modais de transporte. A equação economicamente mais viável é que vai determinar o transporte mais indicado para determinado produto. Mas precisamos dos modais todos completos: rodovias, ferrovias, portos, dutovias, enfim", afirmou.

Para Aguiar, a grande vantagem da criação do Conselho é a ordem de priorização dos investimentos. Segundo ele, o setor produtivo sabe que o poder público não tem condições de fazer todos os investimentos, por isso darão apoio ao modelo de concessões, já que "essa é a maneira mais rápida de resolver a questão da infraestrutura".

Demandas

Em Santa Catarina, 68,7% da matriz de transporte é rodoviária. Por isso, a demanda de investimentos é maior nas estradas. A Fiesc estima que seja necessário o aporte de R$ 10,7 bilhões nesse segmento para os próximos quatro anos. Os principais gargalos são a BR-470, a BR-282 e a BR-101.

Há também a necessidade de investimento de mais R$ 2,1 bilhões em outros modais neste mesmo período. Mais da metade desse valor (R$ 1,36 bilhão) é demanda do segmento aquaviário (portos), que representa 18,6% da matriz de transporte. O restante se divide entre o segmento ferroviário (9,7% de participação) e aeroviário (0,1% de participação).

Na questão ferroviária, são duas estruturas principais. A primeira é a ferrovia leste-oeste, para ligar a produção do interior do Estado com o litoral. A segunda é a ferrovia norte-sul, para distribuir a produção vinda do interior pelos portos e aeroportos ao longo da costa catarinense.

O Conselho

O Conselho é formado por mais de 30 entidades. Entre elas, representantes do setor produtivo como Fiesc, Fecomércio/SC, FCDL/SC, Faesc, Facisc, Fetrancesc e Fampesc.  

Representantes do poder público como Ministério Público de Contas de SC, Assembleia Legislativa, Polícia Rodoviária Estadual, Secretaria de Estado da Infraestrutura, DNIT/SC, Infraero e Deinfra.

E empresas como a Floripa Airport, Arteris, Ferrovia Tereza Cristina, Rumo, Portonave, portos de Itapoá, São Francisco do Sul e Imbituba.


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