quinta, 28 de março de 2024
Geral
18/05/2018 | 20:39

Caminhada e encontro com usuários marcam o Dia da Luta Antimanicomial em Itajaí

O Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado nesta sexta-feira (18), começou com uma caminhada de conscientização pelo Centro de Itajaí. Usuários e profissionais de saúde se reuniram com faixas e cartazes para chamar a atenção da população sobre o cuidado de saúde mental em liberdade.

Após o encerramento da caminhada, o grupo realizou uma roda de conversa em frente à Igreja Matriz e brincadeiras com as crianças atendidas pelo Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPS i). Usuários e profissionais também entregaram folhetos informativos sobre os serviços de saúde do município para a comunidade.

Leonel dos Santos, 72 anos, é atendido pelo CAPS II há aproximadamente 15 anos. De acordo com ele, a luta antimanicomial é muito importante. Ele lembra que, antigamente, as pessoas ficavam presas em manicômios. Essa realidade começou a mudar a partir de 1987, quando foram instituídas resoluções para melhorar a saúde dos doentes mentais.

“Quando eu morei em Santos nos anos 1980, tinha um hospital que tratava muito mal os doentes mentais. Tinha um quartinho que dava choque nos pacientes. Hoje houve uma melhora muito boa. Foram criados os CAPS, que foram fundamentais nessa mudança de tratamento”, comenta o paciente.

Itajaí tem porta de entrada efetiva

O médico psiquiatra do Caps i, Giovane Tesser, comenta que a luta antimanicomial representou um grande avanço na realidade brasileira, tirando o hospital psiquiátrico e o asilamento de doentes mental do centro do processo de tratamento para se criar serviços de Saúde Mental mais próximos das casas das pessoas, fazendo com que elas pudessem se tratar evitando a internação e a perda de contato com a família.

“A gente teve na realidade brasileira grandes asilos de saúde mental, nos quais muitas pessoas ficavam morando pra sempre, num processo de segregação. Hoje percebemos que essa mudança está acontecendo. Em Itajaí temos uma porta de entrada efetiva, as pessoas conseguem acessar os serviços de saúde mental, grande parte delas nunca mais precisou de internação, quase todas têm seu sofrimento aliviado e podem permanecer vivendo com a sua família. Isso representou uma mudança efetiva que humanizou o tratamento”, pontua o médico.

Nesta sexta-feira a tarde ocorreu o encontro “Diálogos sobre a Luta Antimanicomial”, no auditório da Prefeitura de Itajaí. O evento reuniu usuários, familiares e profissionais de saúde e assistência social para debater o movimento em prol da causa. O evento foi mediado por Gabrielle Wendeel dos Santos.


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