quinta, 28 de março de 2024
Geral
09/05/2018 | 18:03

Expogestão debate transformação digital e novos negócios

As criptomoedas e a digitalização de processos são irreversíveis, mas seu potencial ainda precisa ser mais entendido e democratizado. Essa é a principal conclusão a que chegaram os debatedores da sessão Transformação digital e novos negócios, no Congresso da Expogestão 2018, em seu segundo dia. A democratização das moedas digitais foi abordada por Fernando Ulrich, economista, especialista de criptomoedas na XP Investimentos e conselheiro do Instituto Mises Brasil. Oliver Cunningham, sócio na área de Estratégia & Operações em Serviços Financeiros da KPMG, falou sobre novos mapas mentais, novos modelos de negócios. Ambos enfatizaram as vantagens das novas tecnologias no mundo dos negócios.

Para Fernando Ulrich, as criptomoedas representam uma evolução maior do que foi a própria internet. “Isso se dá, principalmente, pelo respeito à principal premissa do criador da bitcoin, o misterioso Satoshi Nakamoto, de estabelecer uma relação de confiança entre atores desconhecidos, sem a intermediação de bancos ou autoridades monetárias”, disse o palestrante.

Os três conceitos do ativo digital – replicação, descentralização e globalização – incentivam o comportamento honesto. “Em nove anos desde sua criação, a bitcoin não teve um caso sequer de corrupção”, exemplificou Ulrich. A globalização, especialmente, significa um grande potencial de inclusão financeira: “No Brasil, por exemplo, 55% da população têm acesso ao sistema financeiro. A utilização da criptomoeda é acessível mediante um simples aplicativo, baixável no computador, no tablet, no smartphone...”.

Para o economista, desintermediação é a palavra-chave: “A tecnologia das criptomoedas está forçando os bancos centrais a repensar suas regras, o que vai aumentar a inclusão financeira”.

 

O mundo sendo reescrito

 

“Nós passamos da era da inovação. Nosso mundo está sendo completamente reescrito.” Assim começou a palestra de Oliver Cunningham, especialista em transformação digital. Esta “reescrita” do mundo, disse, é um imperativo: “As empresas e as pessoas têm desafios de hoje e de amanhã, pois as transformações são rápidas. E de nada adianta modernizar um setor ou um processo; é uma questão de mudar toda a estrutura, olhar o todo, pois novos comportamentos de clientes geram novas ofertas de produtos e de serviços”.

A rapidez das transformações pode ser exemplificada com criações da civilização moderna: enquanto o rádio levou 38 anos para atingir 50 milhões de pessoas, a TV fez o mesmo em 13 anos, a internet em dois, o Facebook levou alguns meses e o aplicativo Angry Birds precisou de cinco dias.

E onde as empresas costumam falhar na transformação digital? Cunningham responde, baseado em pesquisas: “Das consultadas, 83% disseram não conseguir aplicar as tecnologias no dia a dia; 30% se dizem incapazes de inovar. Só que, nos casos de falhas, geralmente os executivos focam na tecnologia, quando deveriam focar em seus problemas. Resolvendo-os, transformam-se”. Para o especialista, é preciso superar barreiras culturais e correr riscos: “Transformar é arriscar”.


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