Livremente inspirado nas obras do artista visual, Mauro Caelum, a Karma Cia. de Teatro, de Itajaí, estreiou seu primeiro espetáculo destinado ao público infantil. Intitulado “CaÊ”, na tarde de hoje, sábado, na Itajaí Criativa – residência artística. Amanhã, domingo, às 18 horas, haverá novo espetáculo.

A entrada é franca.

A pesquisa para o espetáculo partiu inicialmente dos conceitos de construção e desconstrução, da condição mutável e cíclica da vida. Mauro Filho, interprete de “CaÊ”, diz que a pesquisa inicial tomou outra forma e acabou se conectando com as obras do artista visual, especialmente depois de seu falecimento. “Pouco tempo depois do início das pesquisas meu pai, Mauro Caelum, resolveu se aventurar por mundos mais distantes. Perdi a figura paterna e o amigo para todas as horas, mas ganhei um mestre”, aponta.

O tema inicial se concretizou através das anotações, rascunhos e do material artístico de Mauro Caelum, que no espetáculo se traduz no menino CaÊ, que com sua bicicleta constrói um caminho de descobertas e surpresas, plantando sonhos por onde passa. Mauro Filho usa as expressões “viver por viver é pouco, é oco” e “sonhar pode”, frases marcantes do artista, como direcionamento de seu processo criativo e relembra a conexão das crianças com as obras do pai. “O seu trabalho sempre teve uma conexão muito grande com as crianças, ainda hoje recebo mensagens de professoras que trabalham em suas aulas a obra dele, as crianças ficam encantadas”.

Para a direção deste trabalho, a Karma Cia. de Teatro convidou o diretor Max Reinert, que conta também com a musicista Hedra Rockenbach na ambientação sonora, animações de Leandro Maman, figurinos de Denise da Luz, programação visual e fotografias de Des e produção da Karma Cia. de Teatro. “CaÊ” é resultado de projeto contemplado na Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Itajaí, com renúncia fiscal da Safrio.

Sobre Mauro Caelum
Artista visual catarinense, nascido em Tijucas, mas residente em Itajaí desde criança. Além das artes visuais, Mauro também escrevia poemas e livros, entre eles “Caelum: filosofia, arte e meio ambiente”. Considerava seu trabalho como arte da transformação, onde materiais comumente descartados serviam como matéria para suas peças. Popularizou a frase “Sonhar Pode”, intervenção artística que espalhou pelas ruas de Itajaí. Seus poemas que inspiraram outros artistas, como a banda Chico Preto e a Dita Cuja, que utilizou seus escritos nas letras de suas músicas. “Meus traços são veias que bombeiam um coração reciclado” foi sua última exposição onde retratou os dias em que esteve em coma no ano de 2012.

Serviço:
O quê: Apresentação do espetáculo infantil “CaÊ”;
Quando: 14 e 15 de abril (sábado e domingo);
Horário: 18 horas;
Onde: Itajaí Criativa – residência artística;
Quanto: Entrada franca.