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Geral
02/04/2018 | 13:45

Professora de Psicologia desenvolve escala de apego à moradia em área de risco

Em um momento de desastre socioambiental são muitas as decisões a serem tomadas, de forma imediata. Uma das perguntas que surgem com frequência para quem reside em área de risco é – Será que realmente preciso deixar tudo e sair de casa? Ao mesmo tempo, equipes de Defesa Civil buscam tomar as medidas necessárias. Foi pensando em auxiliar neste processo que a psicóloga, egressa e docente da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Roberta Borghetti Alves, criou uma escala de apego à moradia em área de risco que reúne evidências de validade e precisão.

A proposta resultou na tese de doutorado de Roberta, que criou o instrumento para uso dos serviços relacionados à política de proteção e defesa civil, motivada principalmente pelas enchentes do Vale do Itajaí, em Santa Catarina. A docente conta que, ao assistir notícias que mostravam que mesmo após o desastre as pessoas não queriam sair de sua moradia sendo consideradas como "resistentes", pensou em uma ferramenta de auxílio para chamar a atenção dos profissionais envolvidos. De acordo com ela, muitas pessoas permanecem na residência por terem criado vínculo com o lugar e por este ter características que atendam a sua necessidade. "Com este instrumento os serviços poderão pensar em estratégias, para mitigar os riscos de desastre de modo a ser aplicado antes da ocorrência", comenta.

A professora explica que as pessoas mais apegadas poderão ser orientadas para ações de redução de risco, como, por exemplo, a construção de muros de contenção para encostas, realizar simulados para a preparação de ocorrência de desastre, estabelecer lideranças comunitárias. Já as menos apegadas podem ser direcionadas a outras alternativas, como ao aluguel social. "Este instrumento trará elementos que auxiliarão na tomada de decisão dos gestores, considerando o histórico e vínculo que estas pessoas têm com o lugar", ressalta a docente.

A escala proposta é de tipo likert, com cinco possibilidades de classificação de resposta. Vinte questões compõem o instrumento, que deve ser impresso e lido para a população que possui dificuldades de leitura e escrita, e autoaplicado aos demais participantes. A intenção da autora é colocar a solução à disposição de todos os municípios que tenham serviços voltados à proteção e defesa civil.


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