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18/02/2018 | 10:40

A lição de amor do bebê que viveu apenas 45 minutos

Qual o sentido de dar à luz um bebê que morrerá minutos depois? Essa é uma das perguntas mais difíceis para os pais e as mães que enfrentam esta trágica situação durante a gravidez.

Uma pergunta que exclui qualquer discussão relacionada ao aborto e nos convida a fazer uma reflexão mais profunda sobre o significado da vida e da morte.

O bebê que viveu 45 minutos

Eis uma daquelas perguntas para as quais não existem respostas fáceis.

Às vezes, é a própria vida que oferece uma explicação ou uma lição muito mais valiosa como a que ofereceu o protagonista deste artigo aos seus pais, à sua família e à equipe do hospital onde nasceu, na Polônia.

Toda a sua família esperava pelo nascimento. A mãe, o pai, seus dois irmãos, as duas avós, os dois avôs e uma tia. Vieram de longe para conhecer o menino e dizer adeus a este pequeno, que lhes roubaria o coração.

Eu estava junto a eles. Também fui testemunha de seus 45 minutos de vida. Foi o tempo de durou sua aula, uma aula não acadêmica, mas que me ensinou que o amor por um bebê é incondicional e que a beleza está nos olhos de quem sabe apreciá-la.

O pessoal do hospital ficou comovido: “Estamos agradecidos pelo milagre em que se transformou este dramático momento, uma íntima experiência de adeus”.

Adeus com paz e dignidade

A missão da Fundação Gajusz, que administra o serviço neonatal do hospital polonês onde nasceu este bebê especial, é oferecer uma despedida pacífica aos pequenos seres humanos que estão prestes a morrer.

Uma situação tão delicada, que merece ser tratada como tal e requer a atenção de toda a equipe.

Queremos “assegurar que a mulher tenha privacidade e que o bebê possa partir com dignidade”, comenta uma ginecologista, que também informou que o Hospital Universitário de Breslavia criou uma ala especial para mulheres que decidem dar à luz bebês em fase terminal.

Do que estas mulheres e seus entes queridos precisam? Mais do que tudo, precisam de respeito e privacidade. É fundamental separá-las das mães que dão à luz bebês saudáveis.

“Tratamos o bebê simplesmente como um bebê. Se o pequeno estiver vivo, a mãe poderá abraçá-lo e amamentá-lo. Se estiver morto, vamos limpá-lo, vesti-lo e entrega-lo à mãe, para que ela e a família possam se despedir dele”, afirmou Nikoleta.

A compaixão e o amor pela vida observados diariamente nos hospitais como esse nos fazem lembrar que nossa dignidade não depende de quanto tempo vivemos nem do que conseguimos fazer nesta vida.

A dignidade de nossa vida está fortemente relacionada ao que somos: seres humanos.

Ao reconhecermos e amarmos a dignidade dos mais fracos, dos pobres e vulneráveis, mais valor daremos à nossa própria dignidade, que, assim como eles, recebemos simplesmente pelo fato de existirmos.

No caso do bebê que viveu 45 minutos, comenta-se no hospital que “seus pais não puderam lhe dar raízes, por isso lhe deram asas”.

Texto: site Aleteia


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