Um estudo conduzido por um grupo do curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV) e o Instituto Geral de Perícias (IGP), pretende traçar o perfil do jovem suicida de Balneário Camboriú. A proposta é que, a partir dos resultados finais, amplie-se o debate público sobre o tema, com a criação de políticas públicas de prevenção e atendimento às famílias que possuem pessoas mais suscetíveis ao fenômeno.

O trabalho iniciou em 2015, no Núcleo de Pesquisa e Extensão (Nupex) do curso de Direito. Um grupo de estudos foi formado no intuito de entender o suicídio, a partir da visão sociológica, com diálogos que relacionam áreas como a psiquiatria, a medicina forense e a própria psicologia. As discussões seguiram até 2016, conduzidas pelo sociólogo Carlos Eduardo Bastos, professor do curso de Direito da Univali. Ao final, o docente criou um instrumento de coleta de dados que, recentemente, foi repassado a profissionais do IGP para posterior análise.

O estudo ganhou força às vésperas do mês de setembro, quando a CVV procurou a Univali para solicitar auxílio nas ações do Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio. A partir deste encontro, alunos de Direito estão colaborando, neste mês, com abordagens aos finais de semana nos bairros da cidade, e a entidade pediu continuidade na pesquisa.

"Ainda estamos na fase de coleta de dados das autoridades competentes, mas a nossa hipótese é que sejam jovens do sexo masculino, com idade entre 15 e 29 anos, com pouco tempo de residência no município e com baixo elo de coesão social", afirma Bastos, coordenador do estudo.

O professor explica ainda que as disciplinas trabalhadas na graduação transitam na pesquisa, destacando o direito à vida e à dignidade humana, previsto na Constituição de 1988. Além disso, ele alerta que no Brasil, de acordo com o Código Penal, a indução ao suicídio ou apoio para que alguém o faça são tipificados como crime.

Balneário Camboriú é a segunda cidade catarinense em ranking nacional

O "Mapa da Violência 2014: Os Jovens do Brasil" apresenta dados de 2008 a 2012. Neste período, Balneário Camboriú aparece como a 35ª colocada em um ranking das 100 cidades com os maiores índices de jovens suicidas, e a segunda em Santa Catarina, atrás apenas de Chapecó, primeira cidade do Estado e 32º em nível nacional.

Mais informações: (47) 3261-1240, na coordenação do curso de Direito da Univali.