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Geral
11/09/2017 | 11:48

SC recebe 2.300 médicos a partir de quarta-feira para debater doenças reumatológicas

Mais de 2.300 mil médicos de várias partes do Brasil e do mundo reúnem-se dos dias 13 a 16 de setembro, no Centrosul, em Florianópolis, para a 34ª edição do Congresso Brasileiro de Reumatologia. Durante o evento, os profissionais irão compartilhar experiências e avanços nos tratamentos de aproximadamente 120 doenças que afetam, principalmente, as articulações, os sistemas respiratório e gastrointestinal, pele, entre outras partes do corpo.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 15 milhões de brasileiros têm algum tipo de doença reumatológica e, entre elas, as mais comuns são artrose, artrite reumatoide, lúpus, gota, osteoporose e fibromialgia. Estas doenças não têm cura, mas o tratamento, quando acompanhado por especialistas, tende a diminuir a gravidade e o impacto na qualidade de vida dos pacientes.

A programação do Congresso é extensa e foi estruturada para apresentar aos médicos, as recentes novidades e estudos na área por meio de cursos, simpósios, conferências, mesas redondas e oficinas. “Em todo o mundo inúmeros estudos estão sendo realizados em diferentes áreas relacionadas às doenças autoimunes. É essencial que os médicos estejam atentos às novidades para que possam proporcionar um melhor tratamento aos seus pacientes”, afirma o presidente do Congresso Brasileiro de Reumatologia, o médico reumatologista Ivanio Pereira.

Participam do evento médicos de renome internacional como Josef Smolen (Áustria), Joel Kremer (Estados Unidos), John Stone (Estados Unidos), Michael R. McClung (Estados Unidos), Murray Urowitz (Canadá) e Yehuda Shoenfeld (Israel).

Conhecimento ampliado

Ivanio lembra que o Congresso tem a participação aberta a médicos de várias especialidades, tendo em vista que algumas doenças autoimunes são sistêmicas e algumas vezes de tratamento multidisciplinar, com a participação de ortopedistas, dermatologistas, neurologistas e médicos generalistas. “Por isso a importância de clínicos e médicos de família, por exemplo, participarem do Congresso e dos cursos que estão sendo ofertados. Esses profissionais muitas vezes são os que têm o primeiro contato com o paciente reumatológico. Quanto mais ampliarmos o conhecimento sobre as doenças autoimunes para os médicos de outras especialidades, mais chances teremos no sucesso dos tratamentos”, afirma Ivanio.

O presidente do Congresso acrescenta os avanços das terapias imunobiológicas que serão apresentados no evento para o tratamento dos diferentes tipos de artrite e outras doenças autoimunes, também medicamentos modernos e de grande eficiência para o tratamento da osteoporose grave.

Luz sobre o problema

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a artrite reumatoide, doença que provoca inflamação nas juntas, atinge 1% da população brasileira. A osteoporose acomete 1 em cada 3 mulheres em todo o mundo e a fibromialgia atinge 3% da população. As doenças reumatológicas geram impacto na saúde pública nacional porque podem provocar o afastamento temporário do trabalho e também a aposentadoria precoce por invalidez.

“Reforço que a maioria destas doenças podem ser controladas, permitindo ao paciente uma vida praticamente normal, exceto, claro, para uma minoria de casos que levam à deformidade. Quanto mais informações levarmos também à população, maiores as chances do diagnóstico precoce e do tratamento adequado”, diz Ivanio Pereira.

A ampliação da informação sobre as doenças reumatológicas pode ser verificada quando personagens do meio televisivo, artístico e esportivo declararam serem portadores de doenças autoimunes, como a humorista Dani Valente (fibromialgia), a jornalista Astrid Fontenele (lúpus), a cantora Lady Gaga (lúpus), a humorista Cláudia Rodrigues (esclerose múltipla), a tenista Venus Williams (síndrome de Sjögren), o cantor Seal (lúpus) e o ator Morgan Freeman (fibromialgia).

“A visibilidade do artista pode contribuir para aproximar essas doenças do grande público. Mas o assunto tem que ser tratado de maneira séria e sem sensacionalismo”, orienta Ivanio.

Pacientes

Uma das atividades programadas no Congresso é o curso gratuito de Educação em Saúde para Pessoas com Doenças Reumáticas. Podem participar pacientes, familiares, cuidadores e profissionais da saúde. O curso tem como objetivo oferecer conhecimento sobre as doenças e formas práticas de promover maior qualidade de vida aos pacientes. São disponibilizadas 500 vagas, o curso será realizado das 8h30 às 16h do dia 13 de setembro e será oferecido coffee break aos participantes. A inscrição pode ser feita pelo e-mail curso.paciente@sbr2017.com.br ou pelo telefone (48) 3322-1021.

Principais participantes

Josef Smolen (Áustria) é hoje um dos grandes nomes mundiais da reumatologia. É autor de centenas de publicações originais e pesquisador chefe de diversos estudos clínicos. Seu principal interesse científico está concentrado na elucidação da patogênese das doenças reumáticas, vias de ação e prevenção de lesão articular na artrite reumatoide. Além disso, desenvolveu escores clínicos para artrite reumatoide, artrite psoriática e lupus eritematoso sistêmico, e liderou na elaboração de atividades que resultaram em consenso nas diversas abordagens terapêuticas e recomendações de tratamento das doenças reumáticas.

Yehuda Shoenfeld (Israel) é fundador e chefe do Centro Zabludowicz de Doenças Autoimunes no Sheba Medical Center, filiado à Faculdade de Medicina Sackler na Universidade de Tel Aviv, em Israel. É presidente do centro de pesquisa em doenças autoimunes Laura Schwarz-Kipp da Faculdade de Medicina Sackler, na mesma universidade. Seu trabalho clínico e científico concentra-se nas doenças reumáticas autoimunes. Publicou mais de 1.900 trabalhos em periódicos especializados e descreveu duas novas síndromes: Síndrome Autoimune Induzidas por Adjuvantes (Asia) e a Síndrome de Hiperferritinemia.

Murray Urowitz (Canadá) é reumatologista sênior no Toronto Western Hospital e pesquisador sênior no Instituto de Pesquisa de Krembil. Atualmente leciona Medicina na Universidade de Toronto e é diretor do Centro de Estudos Prognósticos em Doenças Reumáticas da Universidade de Toronto e da Clínica de Lúpus do Hospital de Toronto. Implementou a Clínica de Lúpus na Universidade de Toronto e o programa de pesquisa de bancos de dados sobre lúpus em 1970. Este banco de dados longitudinal é um dos maiores do mundo na área, com mais de 1.900 pacientes, tendo levado a diversos achados que mudaram a forma como o lúpus é diagnosticado e tratado. Publicou mais de 375 trabalhos e 42 capítulos de livros, especialmente sobre lúpus eritematoso sistêmico.

Michael R. McClung (Estados Unidos) é diretor fundador do Centro de Osteoporose de Oregon e professor adjunto no Instituto de Saúde e Envelhecimento da Universidade Católica Australiana, em Melbourne. Por muitos anos integrou o corpo docente da Universidade de Ciências da Saúde de Oregon e o departamento de Educação Médica no Centro Médico de Portland, onde ainda atua na formação de jovens médicos. Participou de inúmeras atividades educativas e foi o principal pesquisador em muitos estudos clínicos avaliando o efeito de agentes terapêuticos na osteoporose, que resultaram em mais de 300 publicações científicas. É membro do Conselho da Fundação Internacional de Osteoporose e da Sociedade Norte Americana de Menopausa, tendo se envolvido no desenvolvimento de tratamento da osteoporose para várias sociedades nacionais.

John Stone (Estados Unidos) é um dos fundadores do Centro de Vasculite da Johns Hopkins University. Tem diversos estudos publicados em artrite de células gigantes, vasculites, entre outros, e atualmente estuda a Doença Sistêmica relacionada a IgG4 (IgG4-RSD).

Joel Kremer (Estados Unidos) é chefe diretor de pesquisa no Centro de Reumatologia de Albany, onde leciona. Seu interesse de pesquisa é a terapia de pacientes com artrite reumatoide, assim como intervenções nutricionais. É autor de muitas publicações sobre metotrexato e, mais recentemente, estudos clínicos sobre terapias biológicas e de pequenas moléculas para a Artrite Reumatoide e Eficácia Comparativa. Em 1997 recebeu o prêmio Engalaticheff concedido pela Arthritis Foundation pelas suas contribuições para a melhora da qualidade de vida de pacientes com artrite. É autor de mais de 250 publicações, 20 capítulos de livros. Preside a Fundação de Pesquisa Corona.


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