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Geral
13/03/2017 | 09:28

Itajaí: Caldeirão!

Duas fugas e uma rebelião em menos de 30 dias. Alguma coisa de muito errado está acontecendo dentro do Complexo Penitenciário da Canhanduba, em Itajaí. O primeiro caso foi registro no dia 12 de fevereiro. Oito presos fugiram após serrar as grades que dão acesso ao pátio da unidade prisional. No dia 2 de março, a fuga mais impressionante. Novamente as grades foram serradas e, graças a um vídeo que circulou pela internet, foi possível observar a facilidade com que sete detentos escaparam do complexo penitenciário.

Em setembro do ano passado, outros sete presos haviam fugido da Canhanduba serrando grades da cela. Em entrevista após a fuga em Blumenau no mês passado (oito fugriam), o secretário-adjunto da Secretaria de Justiça e Cidadania (SJC), Leandro Lima, admitiu que houve falha humana e garantiu "respostas emblemáticas" contra as falhas de segurança nos complexos prisionais.

As fugas registradas em Itajaí levantaram inúmeras discussões em torno do caso. Tanto aqui como em Blumenau, os complexos penitenciários são considerados modelos. Ambos possuem estruturas relativamente novas com reforço de segurança e ambiente que busca a ressocialização.

O presidente da Subseção da OAB de Itajaí, Murilo Zipperer, e o presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da entidade, Leonardo Costella, estiveram na Canhanduba terça-feira durante uma rebelião. Dois presos mantinham um agente penitenciário como refém. Os membros da OAB auxiliaram para resolver o problema e conseguiram a liberação dos reféns e a retomada da ordem no estabelecimento prisional.

Leonardo Costella conversou com a reportagem do Jornal dos Bairros no dia seguinte à rebelião. Ele adiantou que a OAB está fazendo um levantamento sobre todos os procedimentos internos de segurança da unidade prisional da Canhanduba. “O problema em Itajaí não é só da cidade. É algo estadual e vamos contar com a OAB da Capital para auxiliar a direção do presídio a melhorar as condições de segurança”, destacou o advogado.

Notificou a empresa

Por meio de assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SJC) informou que sindicâncias foram abertas pela corregedoria da SJC e estão em processo de finalização. Entretanto, mesmo com a sindicância em processo de finalização recomendações preliminares e procedimentos internos já estão sendo executados e somente serão divulgadas após a conclusão geral da sindicância. “A SJC enfatiza que todos os esforços estão sendo envidados para o esclarecimento geral das circunstâncias das fugas”, informou a secretaria por meio de nota.

A SJC notificou Montesinos, responsável pela operação do complexo penitenciário, para que se manifeste a respeito das falhas de procedimento apontadas preliminarmente pelo Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap) que resultaram em duas fugas, desde o início do ano, e em dois agentes rendidos por presos na noite de terça-feira. É a primeira vez que a terceirizada será notificada oficialmente pelo Estado desde que assumiu o contrato, em 2011.


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